A um ano
das eleições municipais de 2020, aumenta a movimentação interna nos partidos
por candidatos a prefeito e de políticos por legendas com capacidade financeira
para custear campanhas. A partir do ano que vem, novas regras eleitorais devem
resultar em um número maior de candidaturas. Só São Paulo, Rio de Janeiro e
Belo Horizonte já somam ao menos 26 cotados para a disputa de prefeituras.
Ao
vetar a possibilidade de coligações proporcionais, o Congresso impediu que
legendas sem nomes fortes na urna peguem "carona" em puxadores de
voto de outros partidos, em prática que ficou conhecida como "efeito
Tiririca" - emreferência ao deputado federal do PL paulista. Já a cláusula
de barreira, em vigor desde o ano passado, estabelece um desempenho eleitoral
mínimo para que políticos tenham acesso ao fundo partidário e ao tempo gratuito
de rádio e televisão.
Ao
todo, 14 partidos não conseguiram passar por essa barreira no pleito do ano
passado, perdendo, assim, acesso à verba pública destinada para custear as
campanhas - nove com representação na Câmara. De lá pra cá, legendas
incorporaram outras, como estratégia para "crescer", ou liberam seus
deputados a sair. Rafael Greca, de Curitiba, deixou o PMN e foi para o DEM. O
mesmo caminho foi seguido pelo prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, que
trocou o PHS pelo PSD. Em ambos os casos, as siglas anteriores não atingiram a
cláusula de barreira. E essa lista pode aumentar ano que vem, quando a janela
partidária permitirá uma nova leva de trocas partidárias.
"Quem
foi eleito por um pequeno partido vai tentar buscar partidos maiores para
concorrer, para ter verba para campanha. A não ser que o candidato tenha
recursos próprios para se bancar sozinho", afirmou o PhD em ciência
política e professor da UFMG Felipe Nunes.
Com a esperada "pulverização" dos votos em
função do fim das coligações proporcionais, outras consequências prováveis no
pleito de 2020 são um aumento do número de eleições definidas em segundo turno
- a legislação prevê o pleito em duas fases em municípios com mais de 200 mil
eleitores - e o fortalecimento de quem já tem mandato. Entre as capitais, 14
dos 26 prefeitos podem tentar a recondução ao cargo. Segundo o presidente
nacional do PSB, Carlos Siqueira, os candidatos a prefeito vão assumir papel
ainda mais estratégico nos partidos. "Se um candidato a prefeito for
fraco, isso pode resvalar na candidatura de vereadores com boas chances de
eleição."
Continua
a seguir...
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