Para
o prefeito de Salvador (em segundo mandato) e presidente do DEM, ACM Neto, o
novo cenário "aumenta o estímulo para que o partido lance o maior número
possível de candidatos a prefeito e vereador em todo o Brasil". A sigla,
que se diz "totalmente favorável ao fim das coligações", acredita que
o maior impacto da mudança virá em 2022, com a diminuição do número de partidos.
"Permaneceriam, assim, só os partidos fortes e com capilaridade",
disse. O presidente do Cidadania, Roberto Freire, acredita que o processo de
voto passará por uma reeducação a partir das novas regras. Para ele, o
eleitorado terá mais discernimento sobre os partidos.
Na
mesma linha, o ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, fundador
e atual presidente do PSD, diz que o fim das coligações proporcionais e as
cláusulas de desempenho farão com que os partidos tenham cada vez mais projetos
com linha programática clara. Segundo ele, ainda que as novas regras diminuam a
quantidade de legendas no futuro, a tendência é que elas sejam muito mais
fortes e consolidadas.
O
PSDB, também a favor do fim das coligações, planeja ter candidatos próprios no
maior número de cidades que conseguir. A perspectiva da legenda, que detém a
maior quantidade de prefeitos em capitais do País (8, no total), é de que
haverá concentração de mandatos em um número ainda menor de partidos.
Ideologia:
Já Luciano Bivar, presidente do PSL, afirma que a posição
ideológica bem definida de seu partido fará com que a sigla tenha menos
dificuldades com a mudança. A expectativa é que o presidente Jair Bolsonaro
participe da escolha dos nomes que representarão a sigla em 2020. Para a
presidente do PT, Gleisi Hoffmann, a nova configuração não afeta tanto a
política de candidaturas do partido. "A mudança fortalece legendas que têm
organicidade e uma linha programática clara", disse a deputada federal.
João Amoêdo, presidente do Novo, é o único líder partidário
ouvido pelo Estadão crítico à emenda. "A alteração, mais uma vez, ataca o
sintoma, não o problema. Os partidos deveriam ser livres para se coligarem se
tiverem pautas semelhantes, embora o façam basicamente para agregar tempo de
propaganda eleitoral 'gratuita' ou por conta de interesses eleitorais
locais", afirmou ele. Ainda assim, segundo Amoêdo, deveria caber ao
eleitor vetar esse procedimento nas urnas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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