O
Tesouro Nacional pagou, em julho, R$ 372,68 milhões em dívidas atrasadas de
estados. Desse total, a maior parte (R$ 141,01 milhões) é relativa a atrasos de
pagamento de Minas Gerais. Também foram pagos R$ 91,77 milhões do estado do Rio
de Janeiro, R$ 90,1 milhões de Goiás e R$ 49,8 milhões do Rio Grande do Norte. Os
dados estão no Relatório de Garantias Honradas pela União em Operações de
Crédito, divulgado hoje (15) pela Secretaria do Tesouro Nacional. As garantias
são executadas pelo governo federal quando um estado ou município fica
inadimplente em alguma operação de crédito. Nesse caso, o Tesouro cobre o
calote, mas retém repasses da União para o ente devedor até quitar a diferença,
cobrando multa e juros.
Nos
sete primeiros meses deste ano, a União já quitou R$ 4,618 bilhões de dívidas
em atrasos de entes subnacionais. Desse total, R$ 2,266 bilhões couberam a
Minas Gerais e R$ 2,082 bilhões ao estado do Rio, os principais inadimplentes.
Em 2016, 2017 e 2018, o
Tesouro cobriu, respectivamente, R$ 2,377 bilhões, R$ 4,059 bilhões e R$ 4,803
bilhões em dívidas em atraso de estados e municípios.
As garantias honradas pelo
Tesouro são descontadas dos repasses da União aos entes federados – como
receitas dos fundos de participação e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS), dentre outros. Sobre as obrigações em atraso incidem juros,
mora e outros custos operacionais referentes ao período entre o vencimento da
dívida e a efetiva honra dos valores pela União.
Nos últimos dois anos, no
entanto, decisões do Supremo Tribunal Federal impediram a execução das
contragarantias de vários estados em dificuldade financeira. Com a adesão do
estado do Rio de Janeiro ao pacote de recuperação fiscal, no fim de 2017, o
estado pôde contratar novas operações de crédito com garantia da União, mesmo
estando inadimplente.
Algumas
contragarantias de Minas Gerais também não estão sendo executadas por causa de
liminares concedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em julho, o STF
concedeu liminar para que Goiás entre no regime de recuperação fiscal, mesmo
não cumprindo todos os requisitos para receber a ajuda.
Sem ter aderido ao programa
de recuperação fiscal, o estado de Minas Gerais está impedido de contrair
financiamentos com garantias pelo Tesouro até 30 de julho de 2020. Goiás não
pode pegar empréstimos até 22 de julho de 2020; Rio Grande do Norte até 23 de
julho de 2020; Piauí até 13 de setembro; e Roraima até 12 de dezembro. A
prefeitura de Natal, que não pagou dívidas com a União em 2017, não poderá
pegar empréstimos garantidos pelo Tesouro até 28 de dezembro de 2019.
Agencia Brasil
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