Em
levantamento exclusivo, feito sobre a realidade baiana, a SBP pontua um dos
grandes gargalos da assistência integral disponível na rede pública. Mais de
mil leitos de internação em pediatria clínica e cirúrgica (aqueles destinados a
crianças e adolescentes que precisam permanecer num hospital por mais de 24h
horas) foram desativados na rede pública de saúde da Bahia desde janeiro de
2010. Naquele ano, o estado dispunha de 4.728 dessas unidades para uso
exclusivo do Sistema Único de Saúde (SUS). Já em abril deste ano (último dado
disponível), no entanto, o número baixou para 3.687 – uma queda de
aproximadamente 22%.
A denúncia é da professora
Luciana Rodrigues Silva, que acaba de ser reeleita como presidente da
Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). No levantamento realizado a seu
pedido, preocupada com a situação da assistência em saúde oferecida à população
infanto-juvenil da Bahia, ela identificou que 88 municípios do interior não
possuem nenhum leito de internação na especialidade.
As informações apuradas
junto ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério
da Saúde, preocupam os especialistas, mas não surpreendem quem cotidianamente
sente na pele os dilemas das limitações do SUS. "A redução do número de
leitos tem um impacto direto no atendimento, provocando atrasos no diagnóstico
e no início do tratamento de uma população que vem aumentando bastante",
criticou a presidente da Sociedade SBP.
Conduzida
ao cargo, pelo segundo mandato consecutivo (dessa vez pela chapa “O pediatra em
primeiro lugar: por mais 3 anos de união e conquistas”), Luciana Rodrigues
Silva tem um histórico de compromisso com a valorização da especialidade e com
a luta pela melhora na qualidade do atendimento. Segundo destaca, a falta
desses leitos atrapalha a tomada de decisões dos médicos e compromete o
tratamento de diferentes doenças.
De acordo com a presidente,
na Bahia, as doenças que prevalecem em crianças são sazonais e nos primeiros
semestres de cada ano, geralmente, acentuam-se as viroses gastrointestinais.
Estas, em muitos casos, demandam internações. Além disso, Luciana Rodrigues
Silva destaca que casos mais sérios de dengue, que afetam crianças e
adolescentes, bem como o aumento na recorrência dos casos de alergias,
infecções respiratórias e pneumonia também contribuem para o crescimento da
demanda por internações.
Continua
a seguir...
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