“Bomba
esculpe o corpo, mas causa: problemas no coração, câncer, infertilidade,
problemas no fígado e distúrbios psiquiátricos”. Com esse lema, a Sociedade
Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) lançou hoje (15), Dia do
Homem no Brasil, a campanha “Bomba, Tô Fora”, contra o uso de anabolizantes sem
recomendação médica.
De acordo com a entidade, o
uso de esteroides anabolizantes e similares, sem recomendação médica, dentro e
fora do esporte de alto rendimento, especialmente por jovens que desejam melhorar
a aparência e o condicionamento físico, deve ser considerado como um problema
social e de saúde pública.
A SBEM destaca que os
esteroides anabolizantes – derivados sintéticos da testosterona – utilizados
com o objetivo de aumentar a massa e a força muscular podem causar uma série de
problemas de saúde como aumento da pressão arterial, elevação do colesterol
ruim, aumento do risco de tromboses, embolias e infarto cardíaco, assim como
hepatite medicamentosa com icterícia (amarelão), insuficiência hepática e
câncer de fígado.
No homem especificamente, o
esteroide pode causar acne, aumento das mamas, redução do tamanho e do
funcionamento dos testículos, impotência sexual, infertilidade, aumento da
próstata e calvície.
“É
crescente a utilização da testosterona [esteróride anabolizante] em homens
saudáveis com a pretensão da melhora do desempenho sexual, aumento de massa
muscular e em terapias descritas como antienvelhecimento. Para essas situações,
a testosterona não está aprovada. O risco do uso pode superar qualquer
potencial benefício. A testosterona [é indicada] apenas para homens com
deficiência e sob estrita supervisão médica”, disse o médico endocrinologista
Clayton Macedo.
Segundo
a SBEM, estudos mostram que existe relação do uso de esteroides anabolizantes
com a atrofia do volume do cérebro e morte dos neurônios. Além de dependência,
o uso dessas drogas pode causar irritabilidade e agressividade, ansiedade,
alteração da memória, comportamento sexual de risco, síndrome de abstinência na
suspensão da droga e alteração da percepção da sua imagem corporal.
“Em geral a pessoa que tem
intenção ou está utilizando anabolizante ela quer saber se existe uma dose
mínima que é considerada segura que, com certeza, não vai produzir nenhum
problema de saúde. A resposta infelizmente é não. Não tem nenhuma dose que a
gente possa assegurar para a pessoa de que nenhuma consequência vai ocorrer”,
disse o médico endocrinologista Roberto Zagury.
Segundo Zagury, com
frequência os efeitos colaterais ocorrem nos testículos e no fígado. “O
receptor no qual a testosterona se liga para induzir os efeitos que são
desejados, que são ganho de massa muscular, ele é o mesmo em todas as células
do corpo, inclusive no fígado e no testículo, onde com alguma frequência
acontecem efeitos colaterais. Não existe uma dose mínima segura”.
Segundo
o Ministério da Saúde, os homens, comparativamente às mulheres, cuidam menos da
saúde e apresentam maior índice de mortalidade. Eles têm mais excesso de peso,
baixo consumo de frutas, de legumes e de verduras, alto consumo abusivo de
bebidas alcoólicas e tabagismo, situações que podem estar se refletindo numa
maior mortalidade por doenças do aparelho circulatório, principalmente entre os
mais velhos. As causas externas de morte, violência e acidentes, também atingem
mais os homens, predominantemente os mais jovens.
Comportamentos de risco,
como consumo abusivo de bebidas alcoólicas, estão associados a falsa
autopercepção de infalibilidade, facilitando a ocorrência de acidentes,
situações de violência, e de contágio de doenças infectocontagiosas como
HIV/Aids e tuberculose.
Com informações
da Agencia Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário