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sexta-feira, 5 de julho de 2019

Defesa rebate empreiteiro e diz que criaram carta para incriminar Lula




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A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nota nesta quinta-feira (4) na qual rebate carta em que o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro diz não ter mentido ou sido coagido para incriminar o petista.Segundo o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, o relato do empreiteiro em carta encaminhada à Folha de S.Paulo é incompatível com os diálogos entre procuradores da Lava Jato publicados por Folha de S.Paulo e The Intercept Brasil no último domingo (30).
No manuscrito feito na prisão, em Curitiba, e publicado pela Folha de S.Paulo nesta quinta (4), a testemunha-chave para a condenação do ex-presidente Lula no caso do tríplex de Guarujá (SP) reafirma as acusações que fez contra o petista, diz que todas foram endossadas por provas e rechaça a possibilidade de ter adaptado suas declarações para que seu acordo de delação premiada fosse aceito pela Lava Jato. O ex-presidente da OAS decidiu enviar a carta depois de reportagem da Folha de S.Paulo, produzida a partir de análise de mensagens obtidas pelo site The Intercept Brasil, ter mostrado que o empreiteiro foi tratado com desconfiança pelos procuradores da Lava Jato durante quase todo o tempo em que se dispôs a colaborar com as investigações.
As mensagens indicam que Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, só passou a ser considerado merecedor de crédito após mudar diversas vezes sua versão sobre o apartamento de Guarujá que a empresa afirmou ter reformado para o líder petista. Léo Pinheiro só apresentou a versão que incriminou Lula em abril de 2017, mais de um ano depois do início das negociações com a Lava Jato, quando foi interrogado pelo então juiz Sergio Moro no processo do tríplex e disse que a reforma do apartamento era parte dos acertos que fizera com o PT para garantir contratos da OAS com a Petrobras.
A defesa de Lula contesta a carta de Léo Pinheiro. "A carta encaminhada por Léo Pinheiro (...) é incompatível com os diálogos de procuradores da Lava Jato divulgados pelo próprio jornal e pelo The Intercept e em momento algum abala o que sempre foi demonstrado pela defesa do ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva: na prisão, Pinheiro fabricou uma versão para incriminar Lula em troca de benefícios negociados com procuradores", diz a nota assinada por Cristiano Zanin, advogado do ex-presidente, preso desde abril de 2018 em Curitiba. Segundo o advogado, "a pressão sobre Léo Pinheiro para incriminar Lula, tal como revelado pelos citados diálogos, é compatível com os acontecimentos da época".
Ele cita reportagem da Folha de S.Paulo, de 2016, segundo a qual a delação do sócio da OAS havia travado após ele inocentar Lula. A defesa de Lula aponta que, em uma petição protocolada pela OAS em 7 de fevereiro de 2017, a empreiteira informou ao então juiz Sergio Moro que "não foram localizadas contratações ou doações para ex-presidentes da República, tampouco para institutos ou fundações a eles relacionadas".
"Vale dizer, a própria empresa que teve Pinheiro como sócio não identificou em seus arquivos ou em sua contabilidade qualquer imóvel destinado a Lula por meio de doação ou qualquer outra forma.

Bastidores do Poder


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