O
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, entregou
pessoalmente nesta segunda-feira (1) ao presidente Jair Bolsonaro a lista
tríplice para uma vaga de substituto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A
lista é encabeçada pela advogada Daniela Teixeira, que já defendeu publicamente
(em sessão da Câmara sobre violência contra mulheres) a condenação de Jair
Bolsonaro no caso em que ele é réu por incitação ao crime de estupro. O nome da
advogada, ex-vice-presidente da OAB no Distrito Federal, foi chancelado por 10
ministros do Supremo. Na semana passada, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP)
usou a conta pessoal no Twitter para ironizar as chances de Daniela, sob a
alegação de que ela “encheu a boca” na tentativa de “esculhambar” com o Jair
Bolsonaro e agora “quer cargo do presidente”. “Um forte abraço”, escreveu
Eduardo Bolsonaro no Twitter, finalizando a mensagem com um emoji caindo em
risos. Agora, na condição de presidente da República, caberá a Jair Bolsonaro
escolher um dos três nomes da lista tríplice para ocupar a vaga de ministro
substituto do TSE. O nome de Daniela foi apoiado por 10 ministros do STF, que
aprovaram a lista tríplice em votação secreta ocorrida na última quarta-feira
(26). Completam a lista os advogados Marçal Justen Filho, 9 votos, e Carlos
Mário Velloso Filho, 8 votos. O ministro Gilmar Mendes não estava presente na
hora da escolha e não participou da votação. Segundo o Estadão/Broadcast
Político apurou, o nome de Velloso Filho é considerado, hoje, o favorito para a
vaga de ministro substituto. Ele é filho do ex-presidente do STF Carlos
Velloso. Punição. Durante sessão da Câmara dos Deputados em setembro de 2016
sobre violência contra mulheres e a cultura do estupro, Daniela disse que “a
violência no Brasil contra a mulher tem nome, ela é violência familiar e
acontece dentro de casa ou dentro do ambiente de trabalho. Enquanto esses
agressores não forem punidos, a violência não vai diminuir”. “E eles devem ser
punidos, sejam eles quem for, seja o marido da vítima, seja o coronel que está
abusando de uma criança de dois anos, seja o promotor que está abusando de uma
vítima durante uma audiência ou seja um deputado que é réu, sim, numa ação já
recebida no STF. É o senhor, deputado Jair Bolsonaro, réu”, afirmou a advogada.
Bolsonaro acompanhou a sessão e ouviu a mensagem dela.
Estadão
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