Um dos líderes da
paralisação dos caminhoneiros em maio de 2018, Wanderlei Alves,
conhecido como Dedéco, afirmou que a categoria apoia as manifestações
pró-governo marcadas para o próximo domingo, 26.
Há exatamente um ano,
caminhoneiros insatisfeitos com o preço do óleo diesel iniciaram uma greve
que parou o Brasil por dez dias e ampliou a crise no governo Michel
Temer. A maior parte do grupo apoiou a candidatura de Jair
Bolsonaro e, segundo Dedéco, segue ao lado do presidente.
O líder de caminhoneiros
confirmou a VEJA que estará presente no ato em Curitiba e diz ter convocado
diversos colegas. Segundo ele, a manifestação é mais um sinal de repúdio ao
Congresso do que de apoio a Bolsonaro. Dedéco acusou os parlamentares de
estarem travando as pautas do governo e “atrapalhando” a economia do país.
“Não estou apoiando o
presidente, mas a governabilidade do país. Eu percebo que o Congresso Nacional
está travando muito as pautas do governo. O Brasil está parado por falta de
governabilidade”, afirmou.
Para Dedéco, os deputados
“atrapalham” o país “desde o governo Dilma”. O líder caminhoneiro classifica o
presidente da Câmara, Rodrigo Maia, como um “traidor da Pátria”. “Se é o
Congresso que está atrapalhando o governo, vamos para cima deles. Vamos fazer o
país andar e trazer segurança jurídica, para o investidor vir para cá. Caso
contrário, vamos entrar numa recessão.”
De acordo com o líder
caminhoneiro, a maior parte da categoria é simpática a Bolsonaro. “A maioria
dos caminhoneiros apoiou o governo, alguns falam em 90%, eu acredito que pelo
menos uns 70%. Mas, independentemente disso, o Bolsonaro foi eleito
democraticamente e nós não temos de querer derrubá-lo. O Brasil não aguentaria
outro impeachment. Temos de apoiá-lo para que ele faça a coisa certa, e se
fizer errado vamos cobrar também”, completou.
O líder dos
caminhoneiros, que nesta terça-feira estava em Brasília, disse que “tem um ou
outro” que não apoia a presença nos atos e que ele próprio reprova algumas
atitudes do presidente, mas não acredita que a manifestação possa ser
prejudicial ao governo. “Há riscos para o presidente, mas também para o
Congresso. Quem manda no Brasil é o povo. Vejo alguns falarem que pode ser um
tiro no pé, mas eu acho que o povo tem sim de ir para a rua e mostrar sua
insatisfação.”
Dedéco não relacionou sua
presença nos atos com um apoio à reforma da Previdência, uma das principais
bandeiras do atual governo. “Não conheço na íntegra o texto, então prefiro
ficar neutro em relação a isso por enquanto, mas acho que tem de ser feita desde
que seja igual para todos sem privilégios para qualquer classe.”
Fonte: Luiz Felipe Castro -
VEJA
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