A Confederação Nacional de Municípios (CNM) alerta que a falta
de informação sobre o Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente impacta na
captação de recursos. Segundo a entidade, a falta de divulgação, aliada à baixa
captação de recursos, às dificuldades técnicas de gestão e conhecimento geram
uma série de problemas para os gestores e afeta a qualidade de vida nos
municípios.
O presidente
do CMN, Glademir Aroldi, manifestou preocupação com o elevado número de
municípios que não receberam recursos e a baixa quantidade dos que captaram. “A
nossa preocupação é que cerca de 1.300 municípios conseguiram buscar recursos
para os seus fundos, e tem aí 4.213 que não receberam. Na área da assistência
social, com pouco recurso, a gente acaba fazendo muito. As ações não têm custo
elevado, mas são de extrema importância.”
Para ampliar o
acesso à informação sobre o assunto, a confederação envia mensagens e vídeos
para sensibilizar os gestores municipais, destacando a importância de captar
recursos para o fundo e de ampliar o investimento em ações de formação das
crianças e adolescentes.
“Isso é muito
importante porque aqueles municípios que receberam valores do ano passado
desenvolveram ações preventivas ao uso de drogas e parcerias com as secretarias
de Educação, de Assistência Social. Enfim dá para fazer com esses recursos
atividades importantes para a vida das famílias, das crianças e dos adolescentes”,
acrescentou Aroldi.
Depois de quatro anos desativado, o fundo da infância e da
adolescência do município de Ituiutaba, no interior de Minas Gerais, conseguiu
arrecadar este ano quase R$ 100 mil em doações de Imposto de Renda. O valor foi
alcançado a partir da iniciativa do Conselho Municipal de Direitos da Criança e
do Adolescente de realizar uma grande campanha para atração dos recursos.
A psicóloga e assistente social Ludmylla Arantes, uma das parceiras do conselho e articuladora da campanha, disse que o município é carente de recursos para esta área. O fundo foi regulamentado no ano passado e este ano voltou a receber as doações depois de intensa mobilização entre empresários, escolas e sindicatos de contabilistas locais.
A psicóloga e assistente social Ludmylla Arantes, uma das parceiras do conselho e articuladora da campanha, disse que o município é carente de recursos para esta área. O fundo foi regulamentado no ano passado e este ano voltou a receber as doações depois de intensa mobilização entre empresários, escolas e sindicatos de contabilistas locais.
“Foi o
primeiro ano que fizemos a campanha, chamada Leão do Bem, e fez muita
diferença. Nós somos vizinhos de Uberlândia, que tem mais de 2 milhões de
habitantes e capacidade de arrecadar R$ 20 milhões de Imposto de Renda e
arrecadou R$ 110 mil. A cidade de Ituiutaba, que tem 100 mil pessoas e que
tinha potencial de arrecadar R$ 2 milhões, conseguiu mais de R$ 97 mil”, disse.
Segundo
Ludmylla Arantes, o dinheiro será destinado a instituições registradas e
reconhecidas pelos órgãos responsáveis pelo atendimento às crianças. As entidades
que têm projetos sociais poderão se inscrever em edital de chamamento público
que será publicado pelo conselho.
Prazos para
cadastro
Estados e municípios têm prazo até 13 de outubro para regularizar o cadastro no
Ministério dos Direitos Humanos. A lista atualizada dos fundos será encaminhada
à Receita Federal até 31 de outubro para inclusão no Programa Gerador da
Declaração do Imposto de Renda de 2019.
O Fundo
Especial da Infância e da Adolescência foi criado com o objetivo de atrair
recursos para projetos de promoção e proteção dos direitos da criança e do
adolescente.
A fonte de
receita dos fundos é diversa – os recursos podem vir de multas aplicadas pela
Justiça, depósitos judiciais, doações e repasses do orçamento púbico. Os
recursos devem ser aplicados na área da infância e da adolescência como monitoramento dos conselhos municipais e estaduais
dos direitos das crianças e do adolescente.
Fonte: CNM
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