Mais de 75% dos municípios brasileiros ainda não têm Fundo dos Direitos
da Criança e do Adolescente cadastrado ou em condições regulares para captar
recursos de doação do Imposto de Renda. O balanço mostra que mais de 4 mil
municípios apresentaram informações insuficientes. Lideram a lista com mais
cidades sem registro os estados de Minas Gerais, da Bahia, de São Paulo, do Rio
Grande do Sul e do Piauí. A informação
está em levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), com base em
dados do cadastramento do ano passado.
Segundo a pesquisa do CNM, 1.355 municípios com fundos que foram
cadastrados ou recadastrados no ano passado puderam receber este ano quase R$
60 milhões em doação de pessoas físicas pelo Imposto de Renda. No entanto, o
potencial de arrecadação seria muito maior se houvesse mais divulgação, diz a
entidade.
De acordo com a pesquisa, o cadastro do ano passado mostrou que
699 municípios têm fundo instituído, mas foram impedidos de receber doações
porque estão com dados inconsistentes ou incompletos no cadastro. Há também 347
municípios que têm fundos ativos e regulares e, mesmo assim, não captaram
nenhum recurso de doação este ano. A dedução de até 3% da Declaração de Ajuste
Anual do Imposto de Renda para Fundos da Infância e Adolescência é permitida
pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Ao longo do ano, contribuições
das pessoas físicas podem chegar a 6% do imposto devido. E para as empresas, a
contribuição é de até 1%.
Para ter acesso ao repasse da Receita Federal, os fundos
municipais e estaduais devem estar em situação regular na Secretaria Nacional
dos Direitos da Criança e do Adolescente, vinculada ao Ministério dos Direitos
Humanos. O município fica impedido de receber o repasse se o fundo estiver com
informações bancárias ausentes, incompletas ou com CNPJ (Cadastro Nacional de
Pessoa Jurírica) em situação irregular.
O levantamento do CNM mostra que 20 fundos estaduais captaram
cerca de R$ 4,5 milhões de recursos por meio de doações. Porém, Amapá, Goiás.
Paraíba, Rio de Janeiro, Roraima e Tocantins não receberam nenhuma doação.
Goiás, Rio de Janeiro e Tocantins apresentaram dados inconsistentes, enquanto
Amapá, Pará e Roraima não têm cadastro no Ministério dos Direitos Humanos.
O estado do
Paraná foi o que mais arrecadou doação dos contribuintes, alcançando a soma de
pouco mais de 1,2 mil doações e R$ 1,3 milhão. E o Amazonas angariou apenas 14
doações, somando recursos superiores a R$ 18 mil.
Fonte: Agencia Brasil
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