Militantes
pró-Lula agrediram, na noite desta quinta-feira, 5, uma equipe de reportagem do
jornal Correio Braziliense que faria cobertura de ato contra prisão do
ex-presidente, na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em Brasília.
Segundo relatos, o carro onde estavam uma repórter, uma fotógrafa e o motorista
foi cercado por manifestantes. Desferindo socos e pontapés contra eles, os
agressores – cerca de 30 pessoas – chegaram a quebrar o vidro traseiro do
veículo. A equipe teve que fugir do local. Eles chegaram a se dirigir à 5ª
Delegacia de Policia Civil, mas não houve registro de ocorrência, conforme
informaram policiais. A equipe retornou à sede do jornal e depois registrou
queixa na Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado.
Ninguém ficou ferido.
O
Correio divulgou uma nota em que “repudia veementemente esse tipo de violência
e de cerceamento à imprensa, cujo papel fundamental é o de informar a
população”. Um fotógrafo da agência Reuters também foi hostilizado e ameaçado
na sede da CUT. Impedido de registrar o protesto deixou a sede da central. De
acordo com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), uma
equipe do SBT sofreu ameaças.
“Vocês
vão sair daqui pro bem de vocês”, teria dito um manifestante. A Associação
Nacional de Jornais (ANJ) enviou ao Correio Braziliense uma nota repudiando o
ataque. O diretor-executivo da entidade, Ricardo Pedreira, que assina a nota,
classificou o episódio como “lamentável”. “Demonstra uma incompreensão do
trabalho jornalístico. A gente espera que o caso seja apurado e sejam tomadas
as medidas providências”, afirmou. A Abraji também repudiou as agressões. Em
nota, a entidade pediu que os autores dos ataques fossem identificados e
punidos. “A violência contra profissionais da imprensa é inaceitável em
qualquer contexto. Impedir jornalistas de exercer seu ofício é atentar contra a
democracia”, comunicou a Abraji.
Estadão
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