Em
audiência na Justiça Federal, o sócio do grupo JBS Wesley Batista disse ter
vivido um momento de "pânico" ao ser preso e pensar no futuro de seu
conglomerado de empresas, que segundo ele é "como um filho".
O
empresário também se defendeu das acusações de ter lucrado com informações
privilegiadas decorrentes do acordo de delação premiada que ele e o irmão
Joesley assinaram com o Ministério Público Federal.
Wesley
fez as afirmações em uma audiência de custódia, ato judicial que tem por
objetivo permitir aos juízes a verificação da legalidade de prisões.
Por
cerca de 40 minutos, o juiz federal João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Criminal
Federal de São Paulo, ouviu Wesley, o advogado dele, Pierpaolo Bottini, e a
procuradora da República Thaméa Danelon, no começo da tarde de quarta-feira
(13).
Na
audiência, o empresário disse estar muito preocupado com a repercussão da
detenção dele para a sobrevivência do grupo JBS.
"Eu
hoje me vi em pânico, porque eu penso, como é que nós vamos fazer? Temos uma
responsabilidade de um grupo econômico. E não é pelo lado patrimonial. Um grupo
representa para nós como um filho. Você entra na frente de uma pessoa que vai
atirar em um filho", afirmou Wesley.
Em
relação às operações financeiras apontadas pela Procuradoria como parte de uma
estratégia ilegal de investimento do conglomerado, o empresário disse que
"não há nenhuma atipicidade em relação ao que a companhia sempre
fez".
Especificamente
a respeito das movimentações com dólares que teriam superado US$ 2,6 bilhões,
ele afirmou que "a JBS chegou a ter US$ 11 bilhões de dólares comprados me
2014. Então, não é verdadeiro que a companhia nunca tinha feito operação
daquela magnitude".Após ouvir o empresário, o juiz federal disse a ele:
"O histórico dos senhores é de influência e cooptação junto a autoridades.
Os investigados têm uma ampla experiência em corromper e forçar uma situação
política e econômica que lhe seja favorável. Então entendo necessária a
manutenção da prisão temporária".
E
arrematou: "Peço ao senhor, como pessoa física, como cidadão, como
empresário, compreensão, porque a legislação tem que ser cumprida".
Joesley
Batista, irmão de Wesley, também teve a prisão pedida pela suspeita de ter
cometido crime financeiro, mas ele já cumpre prisão temporária em Brasília,
pela suspeita de ter omitido informações em sua colaboração.
Gonçalves
ainda acatou pedido da defesa de Wesley e determinou que ele permaneça preso na
carceragem da Superintendência da Polícia Federal na capital paulista por
razões de segurança. Em geral, as pessoas detidas em regime de prisão
preventiva pela PF são transferidas para instituições carcerárias estaduais.
O
juiz federal disse que, além da garantia da integridade física do empresário, a
medida também era necessária porque, "se algo acontecer a ele [Wesley]
durante o curso dessa preventiva, a indenização que a União terá de pagar será
extraordinária".
Com
informações da Folhapress escrita por Flávio Ferreira.
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