Pelo
menos dez senadores de partidos aliados do governo Michel Temer resolveram
nesta semana se declarar “independentes”. Os parlamentares demonstram
desconforto com a crise no Planalto e pedem reação do Congresso por uma pauta
própria.
Parte
desses senadores não se identifica com a agenda das reformas trabalhista e da
Previdência. Apesar de não configurar um grupo organizado, alguns senadores se
reuniram nesta quarta-feira, 21, e combinaram de fazer discursos em plenário
para cobrar uma atuação do Congresso. Eles também já haviam se reunido em um
jantar na casa do senador Elmano Férrer (PMDB-PI).
“Eu
tenho muita tranquilidade de aqui falar em relação à independência e, portanto,
ao fato de não ter nenhum vínculo ou dependência do governo”, afirmou Ana
Amélia (PP-RS) em discurso no plenário.
Além
de Ana Amélia e Férrer, também fazem parte desse grupo os senadores Cristovam
Buarque (PPS-DF), Armando Monteiro (PTB-PE), Roberto Muniz (PP-BA), Acir
Gurgacz (PDT-RO), Telmário Mota (PTB-RR), Lasier Martins (PSD-RS), Álvaro Dias
(PV-PR) e Reguffe (sem partido-DF).
“Fica
este apelo de todos que falaram hoje (quarta-feira) aqui em plenário ao
presidente Eunício Oliveira (PMDB-CE): convoque uma reunião e vamos conversar
sobre como sair da crise”, disse Cristovam.
Desde
a divulgação da delação premiada do empresário Joesley Batista, da JBS, há
pouco mais de um mês, o Senado não realiza reunião formal de líderes
partidários.
Enfraquecimento.
Existem também senadores insatisfeitos nos partidos considerados mais fiéis ao
presidente, como o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), e os tucanos Eduardo
Amorim (SE), Ataídes Oliveira (TO) e Ricardo Ferraço (ES).
A
dissidência é reforçada por senadores que integram partidos aliados, mas se
colocam abertamente como oposição, como os peemedebistas Kátia Abreu (TO),
Hélio José (DF), Eduardo Braga (AM) e Otto Alencar (PSD-BA).
Reunindo
esses perfis, os insatisfeitos já somam mais de 18 parlamentares. Na
terça-feira, 20, Amorim e Hélio José votaram contra relatório da reforma
trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), ajudando a impor uma derrota
a Temer na Casa.
Bastidores
do Poder
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