A grande volatilidade dos
mercados NY e Londres, foi o destaque da semana. Após sofrer a maior queda já
vista em um mesmo dia, desde maio 2011, os indicies voltaram a crescer,
impulsionados por compras especulativas de curto prazo e indústrias
processadoras.
A semana iniciou-se em Ny
ice jul, perdendo o ganho acumulado da semana anterior, com jul a nível de
us$2,070 / ton, voltando em forte viés vendedor para us$1,931 / ton. Numa
tentativa de recuperação o mercado elevou-se acima de us$2,000 / ton,
mostrando-se talvez como novo patamar de referência, o qual fechou a
semana. Como pode ser lido no nosso
comentário anterior, movimentos de acima e abaixo desse nível, poderão mover-se
como tendência para os próximos dias.
Diversas notícias circularam
tentando explicar as variações no mercado. Segundo alguns analistas, afirmam
possuir tendência de elevação, alegando principalmente que os baixos preços
viabilizaram melhores margens para as indústrias. Entendemos, caso não
reduzirem os preços do chocolate para o consumidor final, dificilmente
poderemos ver a demanda mundial crescer. Porém, em estudos recentes realizados
por Euromunitor Internacional, esse ano a demanda por chocolate poderá crescer
0,6%, no próximo ano 1,1% e até 2019 1,4% em 2019.
Outra explicação seria
baseada nos baixos preços que estão sendo pagos ao produtor na África, mais
precisamente na Costa do Marfim. Atualmente recebem uma média de CFA 700 por
quilo. Convertendo em reais por arrobas, correspondente a um valor aproximado
de R$58,00. Tal fato inviabiliza a hipótese de investimentos em insumos e
tratos culturais nas lavouras. Observem que no Brasil, fazendeiros estão
recebendo próximo do dobro do valor pago ao produtor africano, porém, por aqui
a conta também não está fechando. A elevada carga tributária e altos custos de
insumos, apresentam-se como os maiores entraves do negócio.
Todas as previsões de um
futuro otimista para o mercado, as quais comentamos, se contrapõem ao
fundamento de um superávit mundial cada vez maior. Hoje já ultrapassando a casa
de 360 mil toneladas para safra mundial 16/17.
Na Bahia as entradas crescem
gradativamente. Movimentos de colheita já podem ser observados no campo, com
firme previsão de ampliar na segunda quinzena do mês corrente. Considerando o crescimento do fluxo de safra
e os estoques de cacau existentes em armazéns dos compradores locais, esses
proveniente de estoques remanescentes e importações, poderemos ver mudanças nos
diferenciais pagos atualmente ao produtor. Como tendência natural, certamente
deverão ajustar-se para níveis inferiores. Importante lembrar que os prêmios
pagos, sobre o preço do cacau brasileiro atualmente, são os mais elevados do
mundo.
Que venha uma nova semana
cheia de excelentes notícias.
Informações:
mercadodocacau.com
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