O
Ministério Público Federal (MPF) denunciou os deputados estaduais, pela Bahia,
CARLOS UBALDINO DE SANTANA E ANGELA MARIA CORREA DE SOUSA; o então prefeito do
município de Ruy Barbosa (BA), José Bonifácio Marques Dourado; o empresário
Kells Belarmino e mais nove pessoas pela prática de crimes capitulados na Lei
nº 12.850/2013, que define a Organização Criminosa (Orcrim). A denúncia é um
desdobramento da Operação Águia de Haia da Polícia Federal, que investiga
desvio de verbas públicas do Fundo de Manutenção da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais de Educação (Fundeb) em aproximadamente 20
municípios baianos. O MPF pede a reparação por danos morais coletivos no valor
mínimo de R$ 10 milhões, a ser pago solidariamente por todos os denunciados, considerando
os danos sofridos pela população dos municípios atingidos pela ação criminosa
da Orcrim, que deixou de receber melhorias educacionais. O pedido destaca o
ambiente sistêmico de desvio, apropriação e propina em 18 prefeituras do estado
da Bahia decorrente da atuação da quadrilha.
A
quadrilha atuou por aproximadamente seis anos e realizou contratações
desnecessárias e superfaturadas no valor global de R$ 43.150.000,00, causando
prejuízos vultosos aos cofres públicos que estão especificados em cada uma das
denúncias já apresentadas no âmbito da Operação Águia de Haia. Modo de atuação
– O esquema envolvia diversos municípios do estado da Bahia e era liderado, em
seu núcleo empresarial, por Kells Belarmino. A Orcrim contava com a
participação do prefeito de cada município que aderiu ao esquema, do secretário
municipal de Educação e dos servidores municipais que atuavam na área de
licitação para fraudar e direcionar o certame às empresas de Kells Belarmino,
em troca de benefício econômico indevido.
A
atuação da Orcrim na Bahia estava dividida em dois núcleos. O núcleo
empresarial era liderado por Kells Berlarmino e integrado pelo próprio Kells,
por sua companheira Fernanda Cristina Marcondes, Marconi Edson Baya, Rodrigo
Seabra Bartelega de Souza, Maycon Gonçalves Oliveira dos Santos e Tiago
Cristiano Baya de Souza. O núcleo se encarregou de fornecer os elementos
necessários à fraude dos certames licitatórios e produzir relatórios que
aparentassem a execução contratual, o que efetivamente não ocorreu, além de
operar o esquema de desvio de recursos públicos e pagamento de “propinas”.
O
núcleo político aliciava prefeitos e servidores públicos municipais para
participarem do esquema, o que permitiu o direcionamento de licitações em, pelo
menos, 18 municípios. Esse núcleo era comandado pelo deputado estadual Carlos
Ubaldino Santana e era composto pelo ex-prefeito de Ruy Barbosa (BA) José
Bonifácio Marques Dourado; o filho dele Kleber Manfrini de Araújo; pela
deputada estadual Ângela Maria Correia de Souza; pelo ex-prefeito de São
Domingos (BA) Izaque Rios da Costa Júnior, além de André Souza Leal, Denivaldo
Muniz Lopes Junior e por Benício Ribeiro.
Os
recursos do Fundeb que sobravam das contratações superfaturadas eram divididos
entre os integrantes da organização criminosa e também utilizados para o
pagamento sistemático de propinas a prefeitos e servidores públicos municipais
envolvidos no esquema.
Fonte:
ASCOM/MPF
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