Os oito governadores do
Nordeste, reunidos nesta quinta-feira (11), em Salvador, cobram do Governo
Federal a implantação de uma plano nacional de segurança pública para ajudar os
estados no enfrentamento da escalada crescente da violência que atinge todos os
estados brasileiros. A reivindicação é um dos seis pontos elencados na Carta de
Salvador, elaborada durante o 8º Encontro dos Governadores do Nordeste. Em uma
nota pública (em anexo) contendo exclusivamente as propostas ligadas à
segurança pública, os gestores reivindicam um plano nacional de segurança com
orçamento próprio, fonte e valor definido e não contingenciado. Lembram que o
tráfico de drogas e as cifras milionárias que movimentam no mercado interno e
externo têm feito crescer, em todo o país, o surgimento de organizações
criminosas bem estruturadas e com alto poder de destruição e mobilização.
Os governadores também
querem a ampliação dos presídios federais de segurança máxima, de forma a
isolar os principais líderes de facções que, mesmo enclausurados em
penitenciárias estaduais, têm conseguido mobilizar grupos criminosos na
movimentação dos negócios ilícitos fora da prisão. Na avaliação do governador
da Bahia, Rui Costa, “não é razoável e nem mais admitida a ausência completa do
governo federal no tema segurança”. Os governadores defendem ainda, no
documento elaborado conjuntamente, uma discussão nacional para implantar
bloqueadores do sinal de celular em todos os presídios brasileiros, tendo em
vista a comprovação de que grande parte dos crimes são organizados e comandados
a partir das unidades prisionais. Neste aspecto, a ideia é que a discussão
envolva os estados, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Outro importante item
tratado pelos governadores na questão da segurança pública se refere à
rediscussão das leis penais aplicadas no País. Na avaliação dos gestores, a
sociedade percebe que a aplicação das penas é um dos principais fatores para a
impunidade, que estimula os criminosos a persistir na prática de ilícitos
penais. “Nós entendemos que o Congresso Nacional precisa rever de forma urgente
e imediata a Lei de Execuções Penais, para que não tenhamos repetição de casos
em que a Justiça manda soltar presos e eles voltam a cometer crimes, por
exemplo. A população não suporta mais isso”, desabafou o governador Rui Costa. Ainda
no âmbito da segurança pública, os governadores querem um amplo debate
envolvendo o Conselho Nacional da Justiça (CNJ) e o Conselho Nacional do
Ministério Público (CNMP) no que se refere, especialmente, aos presos
provisórios, penas alternativas, audiências de custódia, casos de reincidência
múltipla, entre outros.
Além de Rui, participaram do
encontro o governador de Alagoas, Renan Filho; o governador do Ceará, Camilo
Santana; o governador do Maranhão, Flávio Dino; o governador da Paraíba,
Ricardo Coutinho; o governador do Piauí, Wellington Dias; o governador do Rio
Grande do Norte, Robinson Faria; e o vice-governador de Sergipe, Belivaldo Chagas.
Secom - Secretaria de Comunicação Social - Governo
da Bahia
Nenhum comentário:
Postar um comentário