O relator da reforma da
Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA), disse nesta segunda-feira que o
projeto da reforma deve sair da comissão responsável pelo tema até abril.
— Se sair no fim de abril,
será um grande negócio — afirmou ele durante visita a sede da Força Sindical,
em São Paulo.
O parlamentar defendeu
durante sua fala aos trabalhadores que o “mérito da PEC é acabar de maneira
peremptória com todos os privilégios”. Também se mostrou alinhado a algumas das
bandeiras dos sindicalistas, como o fim da desonerações sobre as folhas de
pagamento e sobre as exportações do agronegócio. Os principais pontos de
divergência entre o relator e o presidente da Força, o deputado Paulo Pereira da
Silva (Solidariedade-SP), o Paulinho da Força, apresentados no debate são a
idade mínima para aposentadoria de 65 anos e a determinação da mesma idade para
homens e mulheres.
— Te peço muita calma na
negociação porque esses pontos são muito importantes e nós não vamos aceitar —
disse Paulinho da Força, para acrescentar: — Temos força de parar o país a hora
que quisermos e isso não é uma ameaça, mas não vamos aceitar nenhum direito a
menos. Apesar da pressão dos trabalhadores, o relator da PEC insistiu que a
expectativa de vida do brasileiro é de 76 anos, o que viabiliza a aposentadoria
aos 65 anos. E também disse considerar uma “tese difícil de defender” a de que
mulheres devem se aposentar antes de homens.
— Há muita mulher que não
tem dependente, por exemplo, e não têm jornada dupla — comentou, e completou: —
Essa regra (de idades diferentes) é demodé — completou.
Sobre a redução da idade
mínima, Maia disse que essa é uma questão “atuarial”, que dependerá da
sustentabilidade do sistema previdenciário. Ele também afirmou que seu
relatório terá uma proposta alternativa às regras de transição propostas pelo
governo. A intenção é que a transição seja mais suave. Para ele, é “injusto que
um trabalhador que fez 50 anos no dia da promulgação da reforma esteja em uma
situação melhor do que aquele com 49 anos, 11 meses e 30 dias”.
Alguns presidentes de
sindicatos filiados à Força se mostraram totalmente contrários à reforma.
Sergio Butka, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba, chegou a
dizer que o Paulinho “está se queimando” com sua base ao propor emendas à
reforma, já que ele deveria se opor.
— Não é a reforma
trabalhista ou da Previdência que vai salvar o Brasil. Nós divergimos da
posição do Paulinho. Os sindicatos vão combater a proposta. O governo deve
buscar outras alternativas — afirmou Butka.
Para João Carlos Gonçalves,
o Juruna, secretário-geral da Força, se opor à reforma não é um bom
posicionamento, defendendo que haja o debate sobre o tema.
— Ser contra a reforma é uma
posição que parece revolucionária. Mas não estamos em época de revolução. Temos
de marchar juntos. Não aceitaremos nenhum direito a menos. Estamos abertos ao
debate — afirmou.
Ascom Força Sindical
Nenhum comentário:
Postar um comentário