A proposta apresentada pelo
governo para a reforma da Previdência, se aprovada na íntegra, será uma
dolorosa pedra no sapato de todos que trabalham com carteira assinada. Ela fará
com que homens e mulheres inseridos no mercado formal de trabalho se aposentem
mais tarde, com no mínimo 65 anos de idade mais 25 anos de contribuição. Ou
seja, penaliza principalmente aqueles que começaram a trabalhar mais cedo.
Como ficarão aqueles que
iniciaram suas vidas profissionais ainda jovens, em trabalhos pesados, e
envelheceram executando as mesmas atividades, sem, no entanto, terem completado
os 65 anos, se obrigados a trabalhar por mais cinco ou seis anos, e
contribuindo? E as mulheres, que cumprem dupla ou tripla jornada? Seria justo?
As centrais sindicais estão
empenhadas em alterar o texto de alguns pontos da proposta do governo, e
resolveram intensificar a luta para que a reforma da Previdência seja
realizada, mas sem penalizar os trabalhadores. Para tanto, sindicalistas das
centrais estiveram ontem (14) em Brasília para sensibilizar os parlamentares a
abraçar a nossa causa, que é por uma Previdência sem privilégio e justa para
todos. Ainda este mês estaremos novamente no Congresso realizando um corpo a
corpo com os parlamentares neste mesmo intento.
Os deputados Paulinho
(Solidariedade-SP), Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), Adalberto Galvão, Bebeto
(PSB-BA), e Rogério Rosso (PSD-DF) formaram uma frente parlamentar mista e vão
protocolar uma emenda à proposta do governo modificando cláusulas que firam os
direitos dos trabalhadores, emenda esta que já tem o apoio de 250
parlamentares.
Entre outras mudanças, a
emenda prevê uma idade mínima para a aposentadoria de 60 anos para homens e 58
para mulheres; regras de transição justas; a não desvinculação das
aposentadorias de pensão e benefícios assistenciais; e a permissão do acúmulo
de aposentadoria e pensão – estes últimos itens, pela proposta do governo,
também prejudicariam os trabalhadores.
Participem todos desta luta!
Só nossa união e mobilização impedirão a retirada de direitos!
João Carlos Gonçalves –
Juruna
Secretário-geral da Força
Sindical e vice-presidente dos Metalúrgicos de São Paulo
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