Sob pressão dos militantes,
o PT deverá desistir de apoiar as candidaturas de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à
presidência da Câmara e de Eunício Oliveira (PMDB-CE) ao comando do Senado. O
aval a nomes que foram a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff
e hoje contam com a simpatia do Planalto provocou revolta na base petista,
rachou as bancadas do partido no Congresso e obrigou os defensores dessa
negociação a recuarem. Na Câmara, a tendência do PT, agora, é avalizar a
candidatura de André Figueiredo (PDT-CE). Há deputados, porém, que pregam o
lançamento de chapa própria, com Paulo Teixeira (SP). A disputa no Senado
ocorrerá na quarta-feira e na Câmara, na quinta. A posição oficial do PT, no
entanto, somente será anunciada amanhã.
A ala pragmática acha que a
sigla deveria endossar Maia à reeleição, além de Eunício, para assegurar cargos
na Mesa. O apoio ao deputado Jovair Arantes (PTB-GO) também está descartado. Em
artigo divulgado ontem, o presidente do PT, Rui Falcão, admitiu “divergências”
a respeito da decisão do Diretório Nacional, que no dia 20 autorizou acordos
com candidatos da base do governo Michel Temer. A exemplo de Falcão, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também chegou a defender a abertura de
negociações com Maia e Eunício. Nas redes sociais, porém, o grupo Muda PT – que
abriga correntes de esquerda – disse não ser possível aceitar o voto em
“golpistas”.
“O fato é que o protesto tem
audiência, repercussão e deve ser ouvido pelos parlamentares”, escreveu Falcão.
“Minha opinião pessoal é que nos unamos aos parlamentares da oposição (PDT, PC
do B, Rede e PSOL) num bloco a ser encabeçado por alguém deste campo.”
Estadão
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