Enquanto a presidente do
Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, não se manifesta sobre quem vai
assumir a relatoria da Operação Lava Jato, ministros da Corte ouvidos pelo
Estado divergem sobre como a escolha deveria ser feita. O caso era relatado por
Teori Zavascki, que morreu na quinta-feira passada em desastre de avião, em
Paraty, no litoral do Rio. Em caráter reservado, ministros defendem que os
processos sejam remetidos a um dos integrantes da Segunda Turma da Corte – da
qual Teori fazia parte. Neste caso, a relatoria ficaria com Gilmar Mendes,
Ricardo Lewandowski, Dias Toffolli ou Celso de Mello. Outros alegam que, como
há investigados julgados no plenário – caso do atual presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB) –, a distribuição deveria ser feita entre todos os
demais magistrados do Supremo. Entre os ministros, há também quem defenda que
Cármen Lúcia deveria seguir à risca o regimento interno, remetendo o caso ao
substituto de Teori na Corte.
Esta possibilidade, porém,
esbarra na intenção do presidente Michel Temer, declarada durante o velório de
Teori, de só indicar um novo ministro após definida a relatoria da Lava Jato
pelo Supremo. Se outros artigos do regimento forem seguidos, ainda é possível
que casos urgentes sejam encaminhados aos ministros revisores da Lava Jato. Na
Segunda Turma, o revisor é o decano, Celso de Mello. Já no plenário, o revisor
é Luís Roberto Barroso. A definição de quem ficará responsável pela Lava Jato
no Supremo abriu uma discussão nos meios jurídico e político sobre o futuro da
operação. A preocupação é se o novo responsável pelos processos no Supremo vai
manter o caráter técnico com o qual Teori costumava conduzir o caso. A Corte
julga investigados com foro privilegiado, como parlamentares e ministros de
Estado.
Estadão
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