Os advogados do
ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva requereram ao Tribunal Regional Federal
da 4ª Região (TRF4) na sexta-feira, 27, a anulação do processo referente ao
"triplex do Guarujá". Para a defesa de Lula, a suspensão é necessária
"em virtude de diversos atos que mostram que o juiz Sergio Moro perdeu a
imparcialidade para julgar Lula."
No entendimento dos
advogados Cristiano Zanin, José Roberto Batochio, Roberto Teixeira e Juarez
Cirino, a nulidade do processo está relacionado a atuação "parcial"
do juiz Sergio Moro. A defesa aponta para a existência de "provas
pré-constituídas" de inúmeras situação em que o juiz teria atuado de forma
parcial. Os advogados elencam uma série de supostas ações de Moro que teriam o
poder de anular o processo sob sua tutela. Entre elas, a defesa do petista
lista a condução coercitiva sem previsão legal, autorização de busca e
apreensão sem observância de normativas da lei, autorização para interceptação
telefônica e divulgação dos áudios das conversas de Lula, antecipação ilegal de
juízo de valor quando do recebimento da denúncia, condução das audiência de
instrução de modo a mostrar "parcialidade" e "inimizade",
participação do juiz em eventos com agentes políticos de grupos oposto ao
ex-presidente e pelas manifestações de caráter político de Moro.
Na denúncia que deu origem
ao processo, o Ministério Público Federal afirma que Lula se beneficiou de um
conjunto de 'três focos'. O primeiro se refere a três contratos da empreiteira
OAS firmados com a Petrobras. O segundo foco se refere à lavagem de 'parte
milionária'de dinheiro por meio da reforma do triplex no Guarujá (SP). O
terceiro foco, segundo a Procuradoria, ficou caracterizado com o pagamento da
armazenagem de bens pessoais de Lula mediante contrato falso.
Segundo os procuradores,
Lula recebeu "benesses" da empreiteira OAS - uma das líderes do
cartel que pagava propinas na Petrobras - em obras de reforma no apartamento
164-A do Edifício Solaris. O prédio foi construído pela Bancoop (cooperativa
habitacional do sindicato dos bancários), que teve como presidente o
ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto - preso desde abril de 2015. O imóvel foi
adquirido pela OAS e recebeu benfeitorias da empreiteira.
Poder & Política
Nenhum comentário:
Postar um comentário