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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

TCU vê pedalada e dívida escondida de R$ 3,1 bi no Fies



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Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) aponta “descalabro” na gestão do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e dificuldades para que o programa banque os estudos de gerações futuras em instituições privadas de ensino superior. O relatório da fiscalização, julgado ontem em plenário, sustenta que o governo escondeu dívida de R$ 3,1 bilhões com as faculdades, praticando uma espécie de “pedalada” na educação. Uma projeção dos técnicos da Corte, à qual o Estado teve acesso, mas não consta do parecer, indica que o rombo pode chegar a R$ 20 bilhões no início da próxima década. O tribunal determinou, por unanimidade, que oito autoridades dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff sejam ouvidas em audiências para explicar as irregularidades no Fies. Entre elas, estão os ex-ministros da Educação Fernando Haddad, atual prefeito de São Paulo, Aloizio Mercadante e José Henrique Paim.
Também terão de apresentar justificativas os ex-titulares do Planejamento Miriam Belchior e Nelson Barbosa. Ao fim do processo, eles podem ser punidos com multas de até R$ 54 mil e inabilitação para o exercício de cargos em comissão e funções de confiança no serviço público.”Não posso deixar de destacar minha indignação com o descalabro da gestão do Fies”, afirmou, na sessão, a ministra Ana Arraes, relatora do processo no TCU. O trabalho de fiscalização mostra que, entre 2009 e 2015, o número de beneficiários do programa cresceu aceleradamente, alcançando 2,2 milhões, enquanto o governo afrouxava as exigências para a participação. A maior adesão (1,2 milhão de novos contratos) se deu entre 2013 e 2014, período que antecedeu a campanha de Dilma Rousseff pela reeleição, no qual Mercadante e Paim se alternaram no comando da Educação.
A flexibilidade foi tanta que, em 2013, 98% dos jovens com mais de 17 anos se enquadravam nos critérios de renda exigíveis, situação que se manteve até o primeiro semestre de 2015. No ano passado, em função da crise, o governo passou a restringir a participação. Para o TCU, houve “desvirtuamento” dos propósitos do programa, com a “concessão indiscriminada de crédito” sem análise prévia, resultado da falta de planejamento do governo.


Agencia Estado


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