O comportamento amistoso do
empresário Marcelo Odebrecht, mantido desde o início da negociação de delação
premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato, mudou nas últimas duas
semanas. Quem frequenta a carceragem da Polícia Federal em Curitiba diz ter encontrado
o “Príncipe” – como o empreiteiro é conhecido pelos colegas de cárcere –
colérico. A mudança de comportamento seria reflexo das dificuldades de seus
advogados em fechar o acordo de delação nos moldes como o empresário planejou.
Três pontos travam o acerto para uma colaboração premiada com a Lava Jato.
O primeiro é o tempo de
prisão. Marcelo Odebrecht diz já ter permanecido tempo demais preso. Por isso,
em troca do acordo, pediu para ficar dois anos e meio preso, descontado o um
ano e quatro meses já cumprido. A proposta foi rejeitada pela força-tarefa da
Lava Jato. Para eles, o empresário precisa ficar pelo menos mais dois anos e
meio em regime fechado. Primogênito de Emílio Odebrecht, que assumiu a condução
das negociações da delação, o empreiteiro está detido, em Curitiba, desde 19 de
junho de 2015.
Acusado de ser um dos
líderes do esquema de cartel e corrupção na Petrobrás, Marcelo Odebrecht
vislumbrava que suas propostas fossem integralmente aceitas pela força-tarefa.
O empresário disse a terceiros, segundo apurou o Estado, que deixaria a mesa de
negociações se a força-tarefa não aceitasse a redução do prazo de prisão em
regime fechado e negasse uma saída temporária no Natal e no ano-novo.
Poder & Política
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