A declaração de
independência feita por Dom Pedro I, em sete de setembro de 1822, deu início a
uma série de conflitos entre governos e tropas locais ainda fiéis ao governo
português e as forças que apoiavam nosso novo imperador. Na Bahia, o fim do
domínio lusitano já se fez presente no ano de 1798, ano em que aconteceram as
lutas da Conjuração Baiana.
No ano de 1821, as notícias
da Revolução do Porto reavivaram as esperanças autonomistas em Salvador. Os
grupos favoráveis ao fim da colonização enxergavam na transformação liberal
lusitana um importante passo para que o Brasil atingisse sua independência. No
entanto, os liberais de Portugal restringiam a onda mudancista ao Estado
português, defendendo a reafirmação dos laços coloniais.
As relações entre
portugueses e brasileiros começaram a se acirrar, promovendo uma verdadeira
cisão entre esses dois grupos presentes em Salvador. Meses antes da
independência, grupos políticos se articulavam pró e contra essa mesma questão.
No dia 11 de fevereiro de 1822, uma nova junta de governo administrada pelo
Brigadeiro Inácio Luís Madeira de Melo deu vazão às disputas, já que o novo
governador da cidade se declarava fiel a Portugal.
Utilizando autoritariamente
as tropas a seu dispor, Madeira de Melo resolveu inspecionar as infantarias, de
maioria brasileira, no intituito de reafirmar sua autoridade. A atitude tomada
deu início aos primeiros conflitos, que se iniciaram no dia 19 de fevereiro de
1822, nas proximidades do Forte de São Pedro. Em pouco tempo, as lutas se
alastraram para as imediações da cidade de Salvador. Mercês, Praça da Piedade e
Campo da Pólvora se tornaram os principais palcos da guerra.
Nessa primeira onda de
confrontos, as tropas lusitanas não só enfrentaram militares nativos, bem como
invadiram casas e atacaram civis. O mais marcante episódio de desmando ocorreu
quando um grupo português invadiu o Convento da Lapa e assassinou a abadessa
Sóror Joana Angélica, considerada a primeira mártir do levante baiano. Mesmo
com a derrota nativista, a oposição ao governo de Madeira de Melo aumentava.
Continua a seguir...
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