Durante as festividades
ocorridas na procissão de São José, de 21 de março de 1822, grupos nativistas
atiraram pedras contra os representantes do poderio português. Além disso, um
jornal chamado “Constitucional” pregava oposição sistemática ao pacto colonial
e defendia a total soberania política local. Em contrapartida, novas forças
subordinadas a Madeira de Melo chegavam a Salvador, instigando a debandada de
parte da população local.
Tomando outros centros
urbanos do interior, o movimento separatista ganhou força nas vilas de São
Francisco e Cachoeira. Ciente destes outros focos de resistência, Madeiro de Melo
enviou tropas para Cachoeira. A chegada das tropas incentivou os líderes
políticos locais a mobilizarem a população a favor do reconhecimento do
príncipe regente Dom Pedro I. Tal medida verificaria qual a postura dos
populares em relação às autoridades lusitanas recém-chegadas.
O apoio popular a Dom Pedro
I significou uma afronta à autoridade de Madeira de Melo, que mais uma vez
respondeu com armas ao desejo da população local. Os brasileiros, inconformados
com a violência do governador, proclamaram a formação de uma Junta
Conciliatória e de Defesa instituída com o objetivo de lutar contra o poderio
lusitano. Os conflitos se iniciaram em Cachoeira, tomaram outras cidades do
Recôncavo Baiano e também atingiram a capital Salvador.
As ações dos revoltosos ganharam
maior articulação com a criação de um novo governo comandado por Miguel Calmon
do Pin e Almeida. Enquanto as forças pró-independência se organizavam pelo
interior e na cidade de Salvador, a Corte Portuguesa enviou cerca de 750
soldados sob a lideranaça do general francês Pedro Labatut. As principais lutas
se engendraram na região de Pirajá, onde independentes e metropolitanos abriram
fogo uns contra os outros.
Devido à eficaz resistência
organizada pelos defensores da independência e o apoio das tropas lideradas
pelo militar britânico Thomas Cochrane, as tropas fiéis a Portugal acabaram
sendo derrotadas em 2 de julho de 1823. O episódio, além de marcar as lutas de
independência do Brasil, motivou a criação de um feriado onde se comemora a
chamada Independência da Bahia.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
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