Oficialmente, o Planalto não
se manifesta sobre a sucessão interna da Câmara. Alega que a poltrona de
presidente da Casa ainda não está vaga, já que Eduardo Cunha não renunciou nem
foi cassado. Em privado, porém, auxiliares do presidente interino Michel Temer
começam a sinalizar suas preferências. Submetidos a mais de uma dezena de
nomes, mencionam o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) como uma alternativa que
atenderia às necessidades do governo. O escolhido terá de completar o mandato
de Cunha, que termina no final do ano.
Rosso é visto como
representante do grupo de Cunha, autodenominado ‘centrão’. Foi por indicação do
próprio Cunha que ele presidiu a comissão especial que deflagrou o processo de
impeachment na Câmara. O Planalto parece dar de ombros para tais vínculos.
Alega-se que Rosso tem desenvoltura própria e que Cunha, com o prestígio em
declínio, já não tem como impingir a ninguém a pecha de ‘pau mandado’.
Há na Câmara 513 deputados.
Excluindo-se Eduardo Cunha, sobram 512. É no mínimo curioso que, entre tantas
opções, o governo inicie o jogo flertando com um nome que conta com a simpatia
do candidato à cassação. Uma das coisas mais difíceis em política é distinguir
um certo homem do homem certo.
Blog Josias de Souza
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