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quinta-feira, 12 de maio de 2016

Lula e o PT afundam com a derrocada do projeto de poder




O afastamento da presidente Dilma Rousseff aprovado por ampla maioria pela Câmara dos Deputados e agora chancelado pelo Senado não é apenas uma derrota pessoal dela. Existem dois grandes perdedores com esta situação. Um deles é o PT, que desvirtuou tudo aquilo que havia pregado enquanto não estava no poder e agora colhe os frutos amargos da sua desfiguração. Aquele partido não existe mais. No dizer de um dos respeitados cardeais do petismo, o ex-governador e ex-ministro Tarso Genro, o PT precisa ser refundado. O líder gaúcho vem pregando esta tese desde que o escândalo do Mensalão emergiu, ceifando a carreira política de José Dirceu, o que colaborou para precipitar a chegada de Dilma Rousseff ao poder.
O segundo grande perdedor é Luiz Inácio Lula da Silva, o homem que saiu dos rincões do país de pau-de-arara, penou até se tornar um sindicalista proeminente e depois alcançou a Presidência da República, sendo o presidente mais popular em décadas. Este Lula também não existe mais. Ele sai bem menor deste episódio. Não só porque viu seu prestígio ser detonado por deputados vira- casacas, que prometeram barrar o impeachment e na frente das câmeras agiram de modo totalmente contrário. Isso é do jogo político.
O bombeiro queimou o filme: O problema de Lula foi se prestar ao papel de “bombeiro” de uma crise criada pela sua afilhada política, que paralisa o Brasil, faz a inflação disparar e ceifa empregos. E ao mesmo tempo Lula teve o displante de buscar guarida neste governo cambaleante no afã de conquistar foro privilegiado para escapar do cerco da Operação Lava Jato que está fechando sobre ele. É vergonhoso, porque quem não deve não teme. Lula, se quiser recuperar pelo menos uma parte da credibilidade, precisa se reciclar, assumir que cometeu erros. Nem a formidável militância petista de outrora já não o segue cegamente, está longe de “incendiar o país” como Lula pretendia. Este Lula não tem envergadura para disputar a sucessão de Michel Temer em 2018.
Citando novamente Tarso Genro, que parece uma das poucas pessoas que ainda têm juízo neste partido, na hora da prestar contas na campanha o PT ficaria devendo. “Quem disse que é viável uma candidatura do Lula em 2018, em função dos resultados do governo da presidenta Dilma? E quem disse que ele quer?!, citou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

Encurralado: Mesmo que queira ser candidato, Lula antes terá explicar como se tornou beneficiário de uma triangulação criminosa: o dinheiro saía da Petrobrás, passava pelas empreiteiras e parte dele ia para o ex-presidente em forma de pagamentos dissimulados de palestras, viagens pelo mundo, o sítio de Atibaia e o triplex do Guarujá. Isso sem contar que os desvios provêm da Petrobras, a maior companhia brasileira, hoje uma das maiores empresas mais endividadas do mundo. Não vamos nos esquecer também da Operação Zelotes.

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