Sob
a expectativa de assumir o Palácio do Planalto, o vice-presidente Michel Temer
(PMDB) está tendo dificuldade para montar uma base aliada consistente no
Congresso. Principal interlocutor do gabinete de uma provável transição, o
senador Romero Jucá (PMDB-RR) não está conseguindo amarrar apoios. Na
quinta-feira, a direção executiva do PSB, partido que conta com 33 deputados
federais e sete senadores, se reunirá para definir uma posição sobre uma
eventual administração Temer. A maioria do colegiado defende a mesma linha que
hoje é majoritária no PSDB: não participar com cargos caso Temer assuma a
Presidência. A proposta é apoiada pela maioria da direção da legenda e
defendida por dois caciques do partido, o vice-governador de São Paulo, Márcio
França, e o governador de Pernambuco, Paulo Câmara. “Uma virtual nova
administração precisa ter liberdade para escolher os melhores quadros. É
preciso acabar com o toma lá, dá cá”, diz o presidente do PSB, Carlos Siqueira.
O discurso oficial do gabinete de transição é que eventual novo governo terá,
de partida, os 367 votos favoráveis ao impedimento de Dilma Rousseff na Câmara,
número que viabiliza a votação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
Na prática, porém, a “independência orgânica” dos dois maiores partidos de
oposição tende a levar Temer para a permanente e desgastante negociação de
varejo com partidos como PP, PSD e PR, que compõem o chamado centrão. “Tem
partido que morreu com a Dilma e pode acabar ressuscitando no governo Temer”,
diz o deputado Silvio Torres (SP), secretário-geral do PSDB. Ele defende a
licença do partido por tucanos que aceitarem cargos em eventual novo governo.
Estadão
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