A empreiteira Concremat,
responsável pela construção da ciclovia Tim Maia, que desabou nesta
quinta-feira, 21, no Rio, pertence à família do secretário de Turismo da cidade
do Rio, Antônio Pedro Viegas Figueira de Mello. Ao menos duas pessoas morreram
no desabamento de um trecho da ciclovia, inaugurada em janeiro deste ano. A
Concremat foi fundada por Mauro Ribeiro Viegas, avô de Antonio Pedro Viegas
Figueira de Mello. Hoje, a empresa tem como diretor-presidente Mauro Viegas
Filho. A obra da ciclovia, da gestão Eduardo Paes (PMDB-RJ), custou R$ 45
milhões e começou em setembro de 2014. Em seu site, a Concremat afirma que o
consórcio Contemat Geotecnia/Concrejato foi contratado pela Fundação Geo-Rio,
braço da Secretaria Municipal de Obras da Prefeitura, para executar a contenção
de encosta e a estabilização da área para a implantação da ciclovia. Em
informativo de outubro de 2015, a Concremat divulgou uma matéria em seu site
sobre a ciclovia Tim Maia. Na reportagem, o gerente técnico Jorge Schneider
explicou que 'cerca de metade da extensão total da ciclovia foi concebida com
uma estrutura independente, projetada ao lado e à jusante da Avenida Niemeyer'.
Segundo a Concremat, ao
longo do percurso, 'foram executadas contenções com cortinas atirantadas,
contra-fortes atirantados e muretas de contenção chumbadas'. "Para a
proteção dos taludes resultantes de escavações para a construção das fundações,
foram também aplicadas as técnicas de solo grampeado e rip-rap", informou
a empreiteira.
"Tivemos o desafio de
realizar uma obra em área urbana, com a construção em toda a sua extensão junto
a uma avenida com largura reduzida e intenso fluxo diário de veículos, além de
estar inserida em uma área com forte presença habitacional, onde os estreitos
passeios são para grande parte dos moradores a única forma de acesso às suas
residências", contou o coordenador da obra, Saulo Rahal.Informativo da
Concremat, de outubro de 2015, tratou da ciclovia. A reportagem do informativo
da empreiteira informou ainda que 'com a impossibilidade de interdição da via
durante o dia para as concretagens, além de dificuldades de escoramento por
conta da altura e das irregularidades da encosta, a solução encontrada foi de
pré-moldagem tanto da meso como da superestrutura, adotando-se para esta lajes
PI protendidas com vãos de 6 e 12 metros, onde a associação de elementos retos
e curvos permitiu com que a ciclovia acompanhasse todo o trajeto da Niemeyer'.
O pedaço arrancado pela água
tem mais de 50 metros. A ciclovia é suspensa e junto ao mar. Está interditada,
assim como a Niemeyer. Técnicos da Prefeitura ainda vão avaliar se há risco de
outros desabamentos na ciclovia.A estrutura foi levada pela ressaca do mar de
São Conrado, na zona sul do Rio de Janeiro. Eduardo Marinho Albuquerque, de 53
anos, e um homem de 45 anos, cuja identidade não foi divulgada, foram as duas
vítimas. Outras três pessoas teriam ficado feridas. O corpo de Albuquerque foi
identificado por um cunhado no local, que não quis dar entrevista. Os dois
corpos foram localizados no mar de São Conrado por bombeiros e ainda estão na
areia.A Secretaria de Turismo da Prefeitura do Rio não retornou ao contato da
reportagem.
Estadão Conteúdo
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