Seguranças do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva estiveram 111 vezes em Atibaia, no interior de São
Paulo, ao longo dos últimos quatro anos, indicando que as visitas de Lula ao
local eram frequentes. Na cidade fica um sítio utilizado pelo ex-presidente e
reformado pela Odebrecht, empreiteira investigada na Operação Lava-Jato. As
informações são da revista “Época”, que teve acesso a relatórios da Presidência
da República sobre viagens de servidores que ficam à disposição de Lula. A
legislação permite que ex-presidentes tenham direito a quatro servidores para
segurança e apoio pessoal, além de dois veículos oficiais com motoristas. As
despesas são custeadas pela Presidência. Com posse desses dados, é possível
saber a frequência com que Lula ia a Atibaia. O sítio está em nome de amigos da
família, um deles sócio de Fábio Luís, filho de Lula. Lula nega ser dono da
propriedade rural.
Os relatórios da Presidência
cobrem o período de 2012 a 11 de janeiro deste ano. Ao longo desses quatro
anos, há diárias em Atibaia pagas em nome de sete servidores. Segundo “Época”,
foram, ao todo, 968 diárias que custaram R$ 189 mil. Os servidores pernoitaram
283 vezes. Em alguns casos, tiveram de alternar turno, para que sempre houvesse
alguém na cidade à disposição de Lula. Em geral, as viagens eram de São
Bernardo do Campo, onde Lula mora, para Atibaia, e depois de Atibaia para São
Bernardo do Campo. No começo, em 2012, as viagens eram mais curtas. O ápice das
visitas, segundo a revista, foi entre junho e julho de 2014, período da Copa.
Lula teria assistido a jogos lá. Nessa época, os servidores passaram seis fins
de semana seguidos em Atibaia.
Houve seis casos de
deslocamento de servidores enquanto Lula estava deixando ou retornando o país.
Segundo “Época”, a Polícia Federal (PF) registrou, por exemplo, saída de Lula
do país em 13 de março de 2013. Apesar de Lula estar no exterior naquela
ocasião, o Planalto registrou que o objetivo da viagem do servidor era “compor
a equipe de segurança do Sr Ex-Presidente da República”.
Procurado pelo GLOBO, o
Instituto Lula voltou a dizer que o sítio é de amigos da família e que o
ex-presidente e sua mulher, Marisa Letícia, viajam ao local para passar dias de
descanso. O Instituto Lula também informou que a Lei 7.474, de 8 de maio de
1986, define que o provimento de servidores a serviço dos ex-presidentes é para
segurança e apoio pessoal. Assim, não há nada que os obrigue a seguir o
ex-presidente, podendo acompanhar apenas seus familiares.
O programa eleitoral do PT
que vai ao ar hoje, em cadeia de rádio e TV, fará a defesa do ex-presidente
Lula.
msn Notícias
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