O Palácio do Planalto está
fazendo um pente-fino nos cargos de primeiro, segundo e terceiro escalões do
governo para mapear as indicações políticas e usá-las como forma de evitar o
impeachment da presidente Dilma Rousseff. O objetivo é tentar detectar os reais
padrinhos dos ocupantes dos cargos de confiança em Brasília e nos Estados para
pressioná-los a votar contra o afastamento, ou negociar essas nomeações com
quem esteja disposto a defender a permanência da petista. O governo evita
informar quantos são os cargos distribuídos a afilhados de parlamentares ou
caciques políticos entre os cerca de 22 mil postos comissionados na máquina
federal. Sabe-se, porém, que há deputados publicamente favoráveis ao
impeachment que indicaram nomes para essas vagas. Há também o que chamam de
“barriga de aluguel”: um parlamentar indica um nome que, na verdade, é ligado a
outra legenda ou grupo político, o que torna mais difícil o rastreamento. Estão
no radar do governo, por exemplo, os afilhados do presidente da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), patrocinador do processo de impeachment de Dilma e inimigo
número um do Planalto.
O Planalto trata como
“inaceitável” manter as indicações feitas pelo peemedebista. Outra situação já
detectada envolve o principal órgão do turismo e a bancada do PMDB catarinense.
O atual presidente da
Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) é o catarinense Vinícius Lummertz,
nomeado na cota do vice-presidente Michel Temer, mas indicado pelo deputado
Mauro Mariani, que é presidente do PMDB de Santa Catarina e para quem o
impeachment se tornou “inevitável”, como disse em entrevista a um colunista de
seu Estado em outubro.
Estadão
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