Após a divulgação de
mensagens de celular em que supostamente atua na Funcef (Fundação dos
Economiários Federais) - fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica
Federal - para favorecer a empreiteira OAS, o ministro-chefe da Casa Civil,
Jaques Wagner, entrou na mira da CPI dos Fundos de Pensão. De acordo com o
presidente da Comissão, deputado Efraim Filho (DEM-PB), o petista deve ser
convocado para prestar esclarecimentos assim que os trabalhos legislativos
recomeçarem, no início de fevereiro. Requerimentos para a convocação já foram
preparados por parlamentares da oposição, mas ainda precisam ser votados.
O presidente da CPI disse
que vai atuar para conseguir a aprovação. "Já estão configurados os
indícios de tráfico de influência e direcionamento dos negócios para interesses
políticos partidários", afirmou. Reportagem publicada neste domingo (10)
pelo Estado mostra que conversas obtidas por investigadores da Operação Lava
Jato no celular do ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro,
indicam suposta atuação de Wagner na intermediação de negócios entre a
empreiteira e fundos de pensão. Meses após Pinheiro afirmar em mensagens que
precisaria de "JW (em referência a Wagner) na aprovação final" de um
negócio, a diretoria executiva da Funcef aprovou a compra de cotas de até R$
500 milhões em um fundo da OAS.
A equipe de trabalho da CPI
dos Fundos de Pensão tem três policiais federais entre os membros. De acordo
com Efraim Filho, o grupo continua trabalhando nas investigações, mesmo durante
o recesso parlamentar. Segundo ele, foi determinado um pente fino em
investimentos relacionados à OAS em fundos de pensão. A CPI trabalha com três
pilares, aparelhamento das instituições, direcionamento dos negócios dos fundos
de pensão para interesses partidários e tráfico de influência, onde entraria a
apuração que envolve Wagner. "Nós já tínhamos informações de que havia
trafico de influência. Essas mensagens de celular apresentam provas
indiscutíveis do tráfico de influência nos fundos de pensão", afirmou o
deputado. Apesar de aparecer nas mensagens do ex-executivo da OAS, o presidente
da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) não deve ser alvo da CPI. "Surgiu a
história do Cunha e a OAS, mas são recursos do FGTS. O vínculo delas com os fundos
de pensão é muito frágil", avaliou Efraim Filho.
Bahia Noticias
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