O procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, pediu o afastamento do deputado federal Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) do cargo de deputado federal. O pedido foi encaminhado ao Supremo
Tribunal Federal (STF). O afastamento do mandato culminaria com a natural saída
de Cunha da presidência da Câmara. Janot argumentou que Cunha utiliza o cargo
para "interesse próprio e fins ilícitos", conforma nota divulgada
pela Procuradoria Geral da República (PGR) no início da noite desta
quarta-feira. "A medida é necessária para garantir a ordem pública, a
regularidade de procedimentos criminais em curso perante o STF e a normalidade
das apurações submetidas ao Conselho de Ética."
O procurador-geral lista 11
comprovações de que Cunha usa o mandato de deputado e o cargo de presidente da
Câmara para "constranger e intimidar parlamentares, réus colaboradores,
advogados e agentes públicos, com o objetivo de embaraçar e retardar
investigações contra si". Os documentos apreendidos ontem na residência
oficial do presidente da Câmara "reforçaram as provas já reunidas pela
PGR".
Leia a íntegra da nota da
PGR:
"O procurador-geral,
Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira, 16
de dezembro, que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, seja
afastado do seu mandato parlamentar e, como consequência, da presidência da
Casa. Segundo Janot, Cunha vem utilizando de seu cargo para interesse próprio e
fins ilícitos. A medida é necessária para garantir a ordem pública, a
regularidade de procedimentos criminais em curso perante o STF e a normalidade
das apurações submetidas ao Conselho de Ética.
Conforme o pedido, tanto as
acusações de corrupção e lavagem de dinheiro (Inq 3983), quanto a investigação
por manutenção de valores não declarados em contas no exterior (Inq 4146),
podem acarretar a perda do mandato de Eduardo Cunha, seja pela via judicial ou
no campo político-administrativo, o que autoriza a medida cautelar de
afastamento do cargo. Para o PGR, os fatos retratados na petição são anormais e
graves e exigem tratamento rigoroso conforme o ordenamento jurídico.
O PGR aponta em seu pedido
onze fatos que comprovam que Eduardo Cunha usa seu mandato de deputado e o
cargo de presidente da Câmara para constranger e intimidar parlamentares, réus
colaboradores, advogados e agentes públicos, com o objetivo de embaraçar e
retardar investigações contra si. Os documentos apreendidos nas buscas
realizadas na data de ontem, 15 de dezembro, reforçaram as provas já reunidas
pela Procuradoria-Geral da República."
Poder & Política
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