A Petrobras decidiu apelar
ao corte de jornada, com redução de salários, para enfrentar a crise
financeira. A proposta foi feita nesta quinta-feira (10) aos sindicatos dos petroleiros,
em negociações sobre o acordo coletivo de trabalho de 2015. Segundo a empresa,
uma das opções apresentadas aos sindicatos prevê o corte de 25% nos salários
para os empregados da área administrativa, em troca de uma redução da jornada
de trabalho para 30 horas semanais.
"A cláusula será uma
opção do empregado, condicionada à aprovação de seu gerente imediato",
afirmou a companhia. Além disso, a empresa propõe a redução no valor pago por
horas extras nos fins de semana, de 100% para 80% do salário, segundo
sindicalistas. A proposta foi recebida com indignação pelos petroleiros.
"Isso só incendiou a categoria para a greve", disse o sindicalista
Deyvid Bacelar, representante dos trabalhadores no conselho de administração da
estatal. A categoria vem ameaçando iniciar uma greve desde a semana passada, em
protesto contra o plano de negócios da companhia, que prevê corte de
investimentos e venda de ativos.
A paralisação chegou a ser
marcada para o último dia 4, mas foi adiada diversas vezes. Nesta sexta-feira
(11), uma reunião definirá novas estratégias para a greve, informou a Federação
Única dos Petroleiros (FUP). A entidade evitou detalhar as propostas
apresentadas pela empresa, limitando-se a dizer que não correspondem à pauta de
reivindicações, que é "política".
A Petrobras diz que continua
"aberta ao diálogo para as negociações sobre o acordo".
A Petrobras perdeu nesta
quinta (10) o selo de bom pagador conferido pela agência de classificação de
risco Standard & Poors. A avaliação da dívida da Petrobras, seja em moeda
estrangeira ou nacional, caiu de BBB- para BB, com perspectiva negativa. A
agência ainda não divulgou nota explicando as razões do rebaixamento.
Com a decisão da Standard
& Poors, a Petrobras mantém o grau de investimento com apenas uma das três
maiores agências globais. Para a Fitch, a dívida da estatal ainda é
classificada como BBB.
Ascom Força Sindical
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