Em reunião com
representantes das Centrais Sindicais, o presidente da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha, criou uma Comissão Especial para tratar do financiamento da
atividade sindical. O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, que
participou do encontro explicou as dificuldades que as entidades sindicais
enfrentam e as reivindicações do setor. Segundo João Carlos Gonçalves, Juruna,
secretário-geral da Força Sindical, atualmente regem a receita orçamentária dos
Sindicatos a Contribuição Sindical e a Contribuição Assistencial.
Segundo Juruna, “hoje o
Ministério Público do Trabalho prejudica os Sindicatos de trabalhadores, que
decidem, em assembleia, a Contribuição Assistencial que caberá a todos os
beneficiados pelas conquistas das Convenções Coletivas de Trabalho das
categorias. Ao dificultar o recolhimento da Contribuição, o Ministério Público
toma um lado. No Brasil, não existe processo contra empresários, embora os
Sindicatos patronais também recolham a mesma Contribuição das empresas de seus
setores por ocasião das negociações das Convenções Coletivas”.
Juruna destaca que, “ao
fazer isto, o Ministério Público enfraquece o poder de barganha dos Sindicatos,
que necessitam de recursos para carros de som, para visitar as bases e
mobilizar os trabalhadores. Sem dinheiro, não se consegue contratar um bom
advogado ou um bom economista, o que prejudica os trabalhadores quando eles
mais precisam, ou seja, na negociação por melhores salários”. O advogado
Antonio Rosella informa que a Contribuição Sindical é prevista no Artigo 579 da
CLT, e estabelece o desconto de um dia de trabalho no mês de março. Já a
Contribuição Assistencial foi fixada no Artigo 513, letra E da CLT. O
Ministério Público questiona a Contribuição Assistencial para quem não é
associado ao Sindicato. “Se tiver uma legislação, a Contribuição Assistencial
será regulamentada para todos os trabalhadores”, disse.
A instalação da Comissão
Especial, composta por 27 titulares e igual número de suplentes, será concluída
na próxima semana. Serão onze vagas para o PMDB, oito vagas para o PT, seis
para o PSDB, uma para o PDT e uma para o PSL.
Ascom Força Sindical
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