Entre os jovens com 11 anos ou mais de formação (faixa que
contempla o pessoal que tem ensino médio completo, ensino superior, mestrado e
doutorado), a taxa de desemprego saltou de 11,1% em 2014 para 14,6% em abril
deste ano.
"Já cheguei a mandar de 50 a 60 currículos por dia para empresas
de São Paulo e outros Estados, e não consigo nada em minha área", afirma
Nicole Pervelli, de 22 anos. Formada no fim do ano passado em Engenharia
Ambiental pela Fundação Santo André, ela já ampliou a busca para outras áreas
da engenharia.
"Achei que seria mais fácil, mas, além da exigência de
experiência na área, tem a crise no País que dificulta ainda mais",
lamenta Nicole, moradora de Santo André (SP). Ela diz que gostaria de ter um
emprego para bancar suas despesas e não depender dos pais.
O número de desocupados com 11 anos ou mais de estudos
aumentou de 265,9 mil pessoas em 2014 para 340,4 mil neste ano. Já o de
ocupados caiu de 2,12 milhões para 1,98 milhão. Para o economista Raone Botteon
Costa, da Fipe, "o País não está conseguindo gerar vagas qualificadas no
mesmo ritmo em que está melhorando a qualificação".
Formada em Biologia pela Faculdades Metropolitanas Unidas
(FMU), Larissa Ferrari Oliveira, 21 anos, está desempregada desde o final do
ano passado, quando obteve o certificado de graduação. Durante o período da
faculdade, estagiou em três lugares diferentes e, mesmo já tendo experiência na
área, nenhuma oportunidade efetiva de trabalho apareceu.
Larissa se cadastrou em plataformas online de emprego e
enviou currículos. Seu objetivo é trabalhar na área de manejo e conservação da
fauna, mas ela procura oportunidades também fora desse campo. "Me inscrevi
em algumas vagas para trabalhar como recepcionista e tradutora", conta.
Apesar dos esforços, ainda não foi chamada para nenhuma
entrevista. "Preciso de apoio financeiro", diz. Larissa mora com os
pais em Guarulhos (SP) e gostaria de bancar gastos como curso de inglês e
transporte público.
Ascom Força Sindical
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