Corrêa negou que tivesse recebido dinheiro do esquema e
argumentou que deixou de ter cargo parlamentar em 2006. Advertido pelos
parlamentares que mesmo depois ele manteve sua influência, o ex-parlamentar
desafiou os membros da CPI a apontarem um caso de político que continuou
poderoso, sem mandato.
"Lula é político sem mandato, Fernando Henrique é
político sem mandato", retrucaram os deputados.
"Qual é a influência hoje dele (Lula), se querem botar
ele na cadeia? Agora ninguém tem coragem de botar ele na cadeia. Porque eu
tenho certeza que aí sim vai existir o que aconteceu na época do Getúlio
(Vargas, ex-presidente) quando ele deu um tiro no peito e o povo saiu para rua
com paus, panelas para quebrar tudo", retrucou Corrêa.
"Nunca recebi dinheiro ilegal do senhor Youssef",
afirmou o ex-deputado. Novamente perguntado pelos parlamentares da CPI sobre se
achava que Lula seria preso, Corrêa voltou a falar no assunto.
"Eu, se tivesse uma bolinha de cristal, certamente não
estaria aqui. Mas eu acho, na minha avaliação pessoal de um camarada que está
fora da política desde 2006, que a prisão dele (Lula) seria uma catástrofe para
esse País."
Ex-deputado por Pernambuco, pai de políticos, Corrêa disse
que no Nordeste a prisão de Lula enfrentaria resistência.
"Pelo que conheço da minha região do Nordeste, e pelo
que andei nas casas daquele povo pobre, a gente quando chega lá encontra um
retrato do padrinho Padre Cícero, junto com o de Lula e de Miguel Arraes
(ex-governador morto de Pernambuco). É um discurso da gente enfrentar, colocar
o rico contra o pobre é uma coisa difícil de se enfrentar."
O ex-presidente, por meio de sua assessoria, não quis
comentar o caso.
Com informações do Estadão Conteúdo.
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