Após o escândalo que terminou na prisão de José Maria Marín e
mais seis executivos da Fifa na Suíça, nesta quarta-feira, o senador Romário
comemorou a detenção do opositor e desafeto declarado. Em audiência pública no
Senado, ele parabenizou o FBI e pediu que o atual presidente da CBF, Marco Polo
Del Nero, deixe o cargo.
"Muitos corruptos e ladrões foram presos na Suíça,
inclusive um dos maiores: José Maria Marin. Quero parabenizar o FBI. Essa
prisão é o início de um grande futuro para o futebol", discursou.
"Espero que a investigação que repercuta definitivamente
limpar o futebol desses corruptos, como Marco Polo Del Nero. A situação do
futebol brasileiro é culpa dessas pessoas, que não estão nem um pouco
interessadas em ajudar. Só pensam no dinheiro", completou.
Del Nero, porém, não foi citado em nenhuma investigação até
agora. Ele se pronunciou sobre o caso, defendendo José Maria Marín, seu aliado,
e colocando a culpa nos contratos suspeitos da Copa do Mundo de 2014, que estão
sendo investigados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em Ricardo
Teixeira, ex-mandatário da CBF.
"São contratos firmados antes da administração do Marín,
não tem nada firmado após. Eu conheço esses contratos", disse Del Nero.
A dois dias da eleição para a presidência, um terremoto
sacode a Fifa. Na madrugada desta quarta-feira, horário brasileiro, uma
operação especial das autoridades suíças, sob liderança do FBI, prendeu sete
executivos importantes da entidade sob a acusação de corrupção, entre eles José
Maria Marin, ex-presidente da CBF. O grupo dos detidos será extraditado para os
Estados Unidos a fim de uma maior investigação sobre o assunto na federação
mais importante do futebol mundial. Segundo nota oficial do Departamento de
Justiça norte-americano, 14 réus são acusados de extorsão, fraude e conspiração
para lavagem de dinheiro, entre outros delitos, em um "esquema de 24 anos
para enriquecer através da corrupção no futebol". Sete deles foram presos
na Suíça. Além de Marin, Jeffrey Webb, Eduardo Li, Julio Rocha, Costas Takkas,
Eugenio Figueredo e Rafael Esquivel. Um mandado de busca também será executado
na sede da Concacaf, em Miami, nos EUA.
O brasileiro J.Hawilla, dono da Traffic, conhecida empresa de
marketing esportivo, é um dos réus que se declararam culpados, assim como duas
empresas de seu grupo, a Traffic Sports International Inc. and Traffic Sports
USA Inc. Em dezembro de 2014, segundo a justiça dos EUA, ele concordou em pagar
mais de 151 milhões de dólares, sendo que US$ 25 mi foram pagos na ocasião. As
acusações são de extorsão, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução
de justiça.
Além de Hawilla, também se declararam culpados o
norte-americano Charles Blazer, ex-secretário-geral da Concacaf e
ex-representante dos EUA no Comitê Executivo da Fifa; Daryan e Daryll Warner,
filhos do ex-presidente da Fifa Jack Warner.
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