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terça-feira, 12 de maio de 2015

Povo tem direito de vaiar deputado



Se quiser evitar conflitos com manifestantes que vão às galerias da Assembleia Legislativa, os quais ocorreram incontáveis vezes nas últimas legislaturas sempre que houve votação de projetos de grande interesse, o presidente Marcelo Nilo terá de flexibilizar as normas vigentes.
Só é permitido aos espectadores aplaudir. Nada de protestar com palavras, vaiar ou fazer qualquer outro tipo de barulho. O público, assim como bate palmas se lhe aprouver, tem o democrático direito de vaiar. Uma vaia tão quanto curta devem ser as palmas, certamente, porque também não é tolerável impedir o trabalho dos deputados.
Na sessão de ontem, os servidores públicos estaduais estavam justamente indignados com a perspectiva, afinal consumada, de que a maioria dos deputados aprovaria um medida de arrocho salarial, com reflexo direto na sua vida e na de seus dependentes.
É preciso altruísmo para manter-se indiferente a isso, ainda mais com a consciência de que os parlamentares não são nada parcimoniosos quando se trata de engordar seus próprios proventos, seja salários, verba de gabinete ou verba indenizatória, e o governo do Estado desperdiça dinheiro em tanta coisa.
“Não vou permitir que os deputados sejam ofendidos em sua própria casa”, bradou Marcelo Nilo, pouco antes de determinar a expulsão de manifestantes. É um pequeno engano do presidente. A Casa é do povo, como todos reiteradamente dizem. Eles, os parlamentares, são apenas representantes desse patrão.


Por Escrito

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