Se quiser evitar conflitos com manifestantes que vão às
galerias da Assembleia Legislativa, os quais ocorreram incontáveis vezes nas
últimas legislaturas sempre que houve votação de projetos de grande interesse,
o presidente Marcelo Nilo terá de flexibilizar as normas vigentes.
Só é permitido aos espectadores aplaudir. Nada de protestar
com palavras, vaiar ou fazer qualquer outro tipo de barulho. O público, assim
como bate palmas se lhe aprouver, tem o democrático direito de vaiar. Uma vaia
tão quanto curta devem ser as palmas, certamente, porque também não é tolerável
impedir o trabalho dos deputados.
Na sessão de ontem, os servidores públicos estaduais estavam
justamente indignados com a perspectiva, afinal consumada, de que a maioria dos
deputados aprovaria um medida de arrocho salarial, com reflexo direto na sua
vida e na de seus dependentes.
É preciso altruísmo para manter-se indiferente a isso, ainda
mais com a consciência de que os parlamentares não são nada parcimoniosos
quando se trata de engordar seus próprios proventos, seja salários, verba de
gabinete ou verba indenizatória, e o governo do Estado desperdiça dinheiro em
tanta coisa.
“Não vou permitir que os deputados sejam ofendidos em sua
própria casa”, bradou Marcelo Nilo, pouco antes de determinar a expulsão de
manifestantes. É um pequeno engano do presidente. A Casa é do povo, como todos
reiteradamente dizem. Eles, os parlamentares, são apenas representantes desse
patrão.
Por Escrito
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