Já pensou na importância de examinar os olhos dos bebês? Logo
ao nascer, já é feito o primeiro exame ocular, mas a atenção dos pais é
importante para o desenvolvimento saudável da visão da criança. Segundo o
doutor Renato Neves, oftalmologista do Eye Care Hospital de Olhos, em São
Paulo, pelo menos metade dos 40 milhões de cegos do mundo poderia enxergar se
tivesse recebido socorro imediato.
“Alguns bebês apresentam conjuntivite logo nos primeiros dias
de vida. Além da vermelhidão, a doença provoca dores que o neném certamente
denunciará através do choro”, explica.
Presença de mancha branca na pupila, incômodo na presença de
luz e lacrimejamento constante são outros sinais. Caso alguma dessas
características seja observada, o ideal é marcar uma consulta com um
especialista. Estudos comprovam que a experiência visual dos recém-nascidos
chega a ser dez vezes mais lenta que a dos adultos. Segundo o oftalmologista, o
cérebro passa a usar a informação visual para desvendar o mundo gradualmente.
“Isso justifica, por exemplo, por que os programas infantis devem usar a
linguagem visual numa velocidade compatível à percepção das crianças pequenas.
Caso contrário, tudo o que verão são manchas e borrões coloridos”, diz.
Atenção para as fotos do pequeno! Quando um dos olhos traz um
brilho avermelhado, comum em fotos com flashes, e o outro tem um brilho amarelo
ou esbranquiçado, o médico deve ser acionado imediatamente. “Pode ser sinal de
retinoblastoma, um tipo curável de câncer de retina, como também de infecções
congênitas, como a toxoplasmose, malformações da retina, presença de diferença
de graus ou miopia e astigmatismo acentuados. O importante é saber que em 80%
dos casos é possível tratar a doença e evitar a perda da visão”, reforça.
A ambliopia é um dos problemas mais comuns, principalmente no
período da pré-escola. No entanto, se tratado com antecedência, a criança tem a
chance de se desenvolver normalmente. “A ambliopia não é um problema nos olhos
propriamente, mas uma desordem nos neurônios que controlam a visão”, afirma. Na
maioria dos casos, segundo ele, a doença tem tratamento, mas o resultado
satisfatório vai depender do nível da visão inicial, da idade da criança, e do
tempo da doença.
Olho no olho!
Por Rosana Jatobá
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