A tarefa de levar a inflação para a meta de 4,5% no ano que
vem está mais complicada do que o imaginado inicialmente e deverá ser cumprida
apenas no fim de 2016, admitiu nesta quinta-feira, 7, o Banco Central. Com
isso, dissipou-se entre os economistas a dúvida sobre se o ciclo de alta da
taxa básica de juros, que começou logo depois das eleições de outubro, havia
terminado. A Selic está hoje em 13,25% ao ano. É certo, segundo esses
profissionais, que o Comitê de Política Monetária (Copom) promoverá no início
de junho uma nova elevação dos juros. O debate agora é entre um aumento entre
0,25 e 0,50 ponto porcentual. Já se fala que o colegiado não terá como escapar
de aumentar a taxa para 14% em algum momento deste ano, patamar que não é visto
nos últimos nove anos. O recado de que a situação piorou veio na ata da última
reunião, realizada na semana passada, e que trouxe a análise de que o balanço
de riscos para a inflação passou de “menos favorável” para “desfavorável”. No
documento, o BC diz que a convergência da inflação para a meta se dará no fim
do ano. No anterior, a hipótese era a de que essa aproximação dos preços para o
objetivo se daria ao longo de 2016. Para mostrar que está firme em sua missão
de conter a alta dos preços, o colegiado recuperou uma expressão usada pela
última vez em dezembro: “a política monetária deve manter-se vigilante.” Esta
foi a senha para os analistas começarem a rever seus cenários. Vale lembrar que
no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março, a diretoria da instituição já
contava com chance de 90% de estouro da meta esta ano. De lá para cá, não houve
alteração das previsões do BC para o IPCA de 2015 e 2016.
Escreve Célia Froufe e Victor Martins, Agência Estado
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