A Força Sindical vai enviar nesta terça-feira (26) uma carta
ao governo Dilma Rousseff questionando os acordos fechados na semana passada
com a China. A central sindical teme que os acordos facilitem a entrada de
trabalhadores chineses no país, tomando vagas de brasileiros justamente em
período de aumento do desemprego. A Força, que é a segunda maior central do
Brasil, quer discutir com o governo a criação de "cotas" para
trabalhadores brasileiros. "Sugerimos uma reunião para discutirmos a
legislação sobre movimentação de imigração de trabalhadores, as relações de
trabalho que serão estabelecidas, a transferência de tecnologia e a garantia de
contrapartidas sociais, como uma cota para trabalhadores brasileiros", diz
a carta.
Em entrevista, o presidente do grupo, Miguel Torres, explicou
o temor dos sindicatos. "Nosso medo é que, no meio desses acordos todos,
tenha passado algo que facilite a entrada em massa de trabalhadores chineses.
Queremos negociar com o governo e deixar claro que aqui tem de ser trabalhador
brasileiro, nem que seja por cota", disse ele.
No documento, a central sindical aponta preocupação com o
fato de o Brasil estar diante de um cenário de aumento do desemprego.
"Nossa preocupação refere-se ao momento que estamos vivenciando, de uma
fragilidade política e econômica sem tamanho, sobre a viabilidade de,
justamente neste instante, a decretação de tal acordo, que envolve vários
setores, cadeias que envolvem milhões de trabalhadores", assinala a Força,
que representa mais de 1,6 mil sindicatos em todo o país. A carta, assinada por
Torres, que também comanda o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, será
entregue aos ministérios do Trabalho, do Desenvolvimento e também das Relações
Exteriores.
Ascom Força Sindical
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