A estudante Yamini Karanam, que está cursando o doutorado na
Universidade de Indiana, nos EUA, começou a ter dificuldade em registrar as
coisas que lia para sua tese. Ela também não conseguia compreender nada do que
ouvia se duas pessoas estivessem falando ao mesmo tempo dentro de uma sala. Sabendo
que havia algo de muito errado acontecendo, ela foi atrás de diversos
especialistas para descobrir qual era a causa do seu problema. No entanto,
nenhum deles conseguiu dar um diagnóstico que explicasse os sintomas que a
doutoranda estava experimentando. Karanam então passou a fazer uma pesquisa por
conta própria, e acabou descobrindo a respeito do doutor Hrayr Shahinian no
Skullbase Institute, em Los Angeles. O médico criou um novo método de cirurgia
cerebral, muito menos invasivo do que as técnicas tradicionais. Sob a
supervisão do neurocirurgião, ela fez novos exames que diagnosticaram um
suposto tumor na glândula pineal de seu cérebro, e que precisava ser removido.
A técnica inovadora que o doutor Shahinian desenvolveu
utiliza tecnologia de fibra ótica e imagens digitais para introduzir e guiar um
endoscópio pelo cérebro do paciente através de uma incisão de pouco mais de um
centímetro feita na parte de trás do crânio. Uma vez no local correto, o médico
utiliza o próprio endoscópio para separar delicadamente o tumor dos outros
tecidos do cérebro, causando o menor impacto possível. Bem diferente dos
métodos tradicionais, que exigem a remoção de parte do crânio, o uso de
retratores de metal para afastar partes do cérebro e que por tudo isso podem
causar ainda mais danos e aumentar os riscos de complicações. Mas o que o
neurocirurgião encontrou no interior da cabeça de Yamini foi muito diferente do
que esperava. No lugar de um tumor comum crescendo a partir da glândula pineal,
o que ele encontrou foi um teratoma – um tumor composto de tecido embrionário
que não se desenvolveu corretamente, que possuía cabelos, ossos e dentes.
Basicamente, o que causava os problemas neurológicos que a estudante vinha
sofrendo era uma “irmã gêmea” que ela carregava dentro do cérebro desde antes
de nascer.
Teratomas são tumores geralmente benignos e que se formam
muito raramente, podendo surgir nos testículos, ovários, pescoço, língua, sob a
língua, no crânio e cérebro. O doutor Shahinian, que já realizou entre sete e
oito mil cirurgias cerebrais, disse que esse foi o segundo que viu ao longo de
toda sua carreira. Karanam, ao acordar depois do procedimento, brincou dizendo
que o tumor era “a irmã gêmea maligna que me torturou pelos últimos 26 anos”.
Havia o risco de o teratoma ser maligno, mas patologistas
realizaram testes que eliminaram essa possibilidade. Espera-se que a estudante
se recupere completamente da cirurgia nas próximas três semanas.
Fonte(s) NBC Los Angeles/John Cádiz Klemack
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