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quinta-feira, 9 de abril de 2015

Bancada do PTB no Congresso rejeita fusão imediata com o DEM



A fusão partidária planejada pelas direções nacionais do PTB e do DEM está esbarrando na recusa da bancada petebista no Congresso Nacional. Na reunião ocorrida ontem à noite, 25 parlamentares da legenda se posicionaram de forma contrária à fusão imediata, numa bancada que congrega 25 deputados federais e três senadores. O principal motivo do impasse está no fato das legendas assumirem posturas antagônicas em relação ao governo Dilma Rousseff (PT). “Imagine Getúlio Vargas e Carlos Lacerda se aliando”, brincou o deputado federal Zeca Cavalcanti (PTB-PE), lembrando a histórica desavença entre o ex-presidente da República e seu implacável oposicionista. Os petebistas não querem abrir mão de sua sigla, do número 14, nem da posição no governo federal, fortalecida pela presença de seu nome de maior destaque, o pernambucano Armando Monteiro Neto, no posto de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O mesmo vale para o papel de oposicionista no âmbito estadual.
Considerando que os democratas se posicionam de maneira totalmente oposta nas duas esferas, a rejeição à união foi interpretada pelos opositores da ideia como um ato de coerência. “O que eles dizem é que a intenção é criar um partido maior e mais forte. Eu não sei como seria politicamente mais forte, já que seria um partido partido, reunindo princípios políticos diferentes”, refletiu o deputado federal Jorge Côrte Real (PTB-PE). Nos acordos entre a presidente nacional do PTB, Cristiane Brasil, e o presidente nacional do DEM, o senador José Agripino (RN), os grandes entusiastas da proposta, a sigla do PTB seria mantida, mas o novo partido adotaria o número 25 do DEM nas urnas. Enquanto Cristiane Brasil permaneceria na presidência, os atuais democratas Mendonça Filho (PE) e Ronaldo Caiado (GO) continuariam liderando a bancada na Câmara e no Senado, respectivamente. Nesse cenário, o novo PTB faria oposição ao Planalto no Congresso.
Zeca Cavalcanti duvida que essa seja a melhor maneira de ampliar a bancada numericamente. “Com uma fusão, pelo menos 12 parlamentares saem do PTB na mesma hora. Isso é trocar seis por meia dúzia”, argumentou. Além das divergências políticas, o modo “de cima para baixo” como as negociações vem ocorrendo irritaram os petebistas. “Estava havendo uma conversa muito adiantada entre as duas executivas. Quando a gente deu por si, o pessoal do DEM disse que já estava fechado”, criticou Cavalcanti, que reclamou da falta de diálogo. “Eles não abriram essas conversas para os parlamentares. O que faz o partido existir são as bancadas”, ressaltou.

Por Cláudia Ferreira 

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