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sexta-feira, 20 de março de 2015

Ponto de Vista - As empreiteiras, os trabalhadores e a conta – Parte ll




Ao tornar as empresas nacionais inidôneas abrimos mercado para a concorrência estrangeira atuar em áreas estratégicas para o país. Caso prevaleça a ideia de que a melhor forma de se curar dor de cabeça é cortando-a fora, estaremos jogando nossos empregos e tecnologia no lixo e estrangulando o desenvolvimento das nossas indústrias. Se nossas empresas se tornarem inidôneas, esse risco pode contaminar toda a economia, fazendo dos problemas uma calamidade.
É a partir da tecnologia que o país se torna independente economicamente e as empresas, mais sólidas e competitivas. O processo contrário gera empresas "ocas", responsáveis apenas por montar e distribuir tecnologia estrangeira, sem qualquer retorno para o país, que se torna mais vulnerável a intempéries conjunturais. Nossa expectativa é que haja providências imediatas dos órgãos competentes para atenuar e reverter os prejuízos da Lava Jato, que penalizam a classe trabalhadora. É possível afirmar, como já se disse, que a Lava Jato, ao completar um ano neste mês, representa para nós o que a Operação Mãos Limpas significou para o povo italiano: o enfrentamento qualificado de uma organização criminosa infiltrada nas estruturas do Estado.
Por isso, conclamamos que o juiz federal Sergio Moro continue firme, sabendo que toda a sociedade espera que os resultados vislumbrem novos horizontes e rupturas.
Alinha-se ao desafio de punir culpados sem matar as empresas um outro, tão ou mais importante: o Estado agir para conter os efeitos colaterais do remédio aplicado no organismo moribundo. Só não é justo trucidar o setor de infraestrutura, impedindo-o de atuar, gerar empregos e tecnologia.



Miguel Torres é presidente da Força Sindical Nacional

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