Do lado de fora, cercado pela claque de prefeitos do interior
do Ceará que levou a Brasília, o ministro disse que não pediria demissão.
"Eu sou ministro até o dia em que a presidente Dilma desejar", disse.
Mas o estrago já estava feito: simultaneamente, o PMDB anunciava que não
votaria mais projetos de interesse do Executivo. Enquanto Cid Gomes seguia até
o Palácio do Planalto, o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, telefonou
para Cunha para dar a notícia: Cid Gomes não era mais o ministro da Educação.
Cunha, a maior pedra no sapato do governo, acabava de ganhar mais uma queda de
braço, em mais uma demonstração de força aos seus comandados. Desta vez, com a
anuência de Dilma. Nos bastidores, aliados do governo entenderam o gesto como
uma tentativa de recomposição.
Ao deixar o Palácio do Planalto, Cid admitiu que deixava o
posto por ter atiçado a já inflamada relação do governo com o Congresso.
"A minha declaração e, mais do que ela, a forma como eu coloquei na
Câmara, é óbvio que criam dificuldade na base do governo. Portanto, eu não quis
criar qualquer constrangimento."
Polêmicas - A exemplo do irmão, o ex-ministro lulista Ciro
Gomes, Cid tem um extenso histórico de polêmicas em suas duas passagens pelo
governo do Ceará. Além de excentricidades , como um contrato de mais de 3
milhões de reais por ano para abastecer a cozinha do Executivo com um cardápio
de luxo, Cid enfrentou professores cearenses em 2011 ao afirmar que eles
deveriam trabalhar por "amor" e sugerir que os docentes pedissem
demissão e fossem para o ensino privado caso quisessem salários maiores.
Em sua gestão no governo do Ceará, Cid utilizou um jatinho
pago com dinheiro público para levar a família para passear na Europa e foi
alvo do Ministério Público por ter contratado a cantora Ivete Sangalo e o tenor
Plácido Domingo para shows de inauguração de obras locais - apenas o cachê do
cantor espanhol chegou a 3,1 milhões de reais.
Veja.com
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