Representantes de cinco centrais sindicais e mais de cem
lideranças empresariais decidiram ontem aliar-se contra as medidas provisórias
664 e 665, que restringem o acesso a pensões e seguro-desemprego, e 669, que
reduz a desoneração da folha de pagamentos ao setor produtivo. Em reunião na
sede da Federação das Indústrias do Estado de S. Paulo (Fiesp) estiveram
presentes líderes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical,
União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB)
e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), além de outros 130
representantes empresariais, incluindo Paulo Skaf, presidente da Fiesp.
A decisão de apoio recíproco entre as entidades trabalhistas
e empresariais contra as medidas provisórias foi aprovada por unanimidade pelos
presentes, afirma Canindé Pegado, secretário-geral da UGT. Segundo ele, a
agenda de ações ainda não foi definida, mas já há indicativo de uma nova
reunião na próxima semana.
“Essa unidade é importante. Não existe empresa sem
trabalhador e vice-versa”, diz Miguel Torres, à frente da Força Sindical.
Outras agendas em comum, segundo o sindicalista, serão discutidas através de um
comitê conjunto, que também terá a função de propor sugestões para recuperar a
economia.
No encontro, que durou cerca de duas horas, foi colocada
ainda como consenso entre os presentes a necessidade de frear o aumento da
carga tributária, a alta dos juros e as despesas do governo. Através de sua
assessoria de imprensa, a Fiesp confirmou a união com as centrais contra as
medidas e a criação do comitê de ação permanente. A MP 669 aumentaria as
alíquotas de contribuição previdenciária sobre receita bruta para 56 setores
produtivos. Para parte das empresas, o percentual aumentaria 1% para 2,5%; para
outras, de 2% para 4,5%. Nesta terça-feira, entretanto, a medida foi devolvida
ao governo federal pelo Senado, que declarou que ela seria inconstitucional.
As medidas 664 e 665, que aumentam o período de carência para
o pedido de pensões e do seguro-desemprego, devem ser votadas até o dia 2 de
abril.
Ascom Força Sindical
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