O primeiro senador eleito pelo PT deixará o Senado daqui a
dois dias, após 24 anos de mandato, com a frustração de não ter sido recebido
sequer uma vez pela presidente Dilma, sua companheira de partido. Há um ano e
meio, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) aguarda ser chamado pela presidente. O
pedido foi reiterado pessoalmente em dezembro, quando ele a cumprimentou
durante a sua cerimônia de diplomação. Na última terça (27), Suplicy enviou uma
carta a Dilma em que questiona se alguém do Palácio do Planalto quer impedir o
encontro entre os dois. Novo e-mail foi encaminhado hoje (quinta, 29) ao
gabinete de Dilma com o mesmo propósito. Nenhum retorno até o momento.
Prestes a assumir a Secretaria de Direitos Humanos da
Prefeitura de São Paulo, Suplicy disse ao Congresso em Foco que não perdeu as
esperanças – mesmo diante do fato de que seu mandato chega ao fim, na prática,
amanhã (sexta, 30), e ele ainda terá compromissos acadêmicos no Nordeste (os
novos senadores assumem no próximo domingo, 1º de fevereiro). O senador viajou
para fazer palestras na Universidade Federal do Maranhão, mas ressalta que voa
imediatamente para Brasília se Dilma chamá-lo para uma audiência.
“Se for da conveniência dela me receber no sábado, ou ao
final da manhã ou de tarde, então pedi para me avisarem de hoje [quinta, 29]
para amanhã. Eu gostaria muito, para que ela possa cumprir o que me disse”,
declarou Suplicy à reportagem, por telefone, informando data e horário de voos
que, ao primeiro sinal de Dilma, seriam alterados para permitir o encontro. “Eu
disse a ela que há 24 anos sou senador do PT pelo estado de São Paulo, que ela
sabe o quanto eu a tenho apoiado em praticamente todas as pautas discutidas, e
sempre votado de acordo com o governo. E que seria justo que ela pudesse me
receber. Estou nessa expectativa.”
Congresso em Foco
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