O reajuste nas bandeiras tarifárias que será analisado nesta
sexta-feira (6) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai aumentar
em quase R$ 9 a conta média de luz das residências brasileiras já em março,
caso a estiagem continue na maior parte do país. Cálculos feitos pelo
Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, e confirmados
por fontes da área apontam que na bandeira vermelha, que vigora desde o começo
do ano em todo o país, o valor médio pago pelos consumidores nas faturas
mensais subirá de R$ 65,20 para R$ 74,15. O diretor da Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel), Tiago de Barros Correia, afirmou que o novo sistema
das bandeiras tarifárias vai permitir um "sinal de preço" mais
aderente à realidade das condições de oferta de energia no país. Correia
confirmou que o valor da bandeira vermelha, a ser sugerido na audiência
pública, será de R$ 5,50 para cada 100 kWh consumidos e da bandeira amarela, de
R$ 2,50 para cada 100 kWh consumidos. Com a mudança, uma conta de R$ 65,20, que
hoje já sobe para R$ 70,09 na bandeira vermelha, chegará a R$ 74,15 com o novo
aumento, quase R$ 9 a mais. Na bandeira amarela, essa mesma conta de R$ 65,20
subiria para R$ 67,65 considerando o preço atual, mas chegará a R$ 69,27 com a
alteração. Esses valores consideram que o consumo médio do brasileiro é de 163
kWh por residência, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), e que a
tarifa média do consumidor residencial, de acordo com a Aneel, é de R$ 400 por
megawatt-hora (MWh).
Além disso, o aumento do valor das bandeiras tarifárias vai
impactar na mesma proporção as receitas mensais das empresas de distribuição.
Em um mês de bandeira vermelha, o valor adicional pago pela população, que
atualmente é de R$ 800 milhões, saltará para R$ 1,460 bilhão. Na bandeira
amarela, a cobrança extra passa de R$ 400 milhões para R$ 666 milhões por mês. Por
outro lado, o reajuste das bandeiras tarifárias deve aliviar parte do aumento
previsto pelo governo por meio do reajuste anual ordinário e da revisão
extraordinária das tarifas, que, segundo mostrou o Broadcast nesta semana,
poderia chegar a até 60% este ano.
Isso porque parte dos custos que seriam colocados nas tarifas
que ficariam em vigor em definitivo serão agora cobertos pelas bandeiras que
são definidas pela Aneel mês a mês. As bandeiras são divididas em três cores.
Ao contrário da vermelha e da amarela, a de cor verde indica que
a fatura de luz não terá acréscimo. Em janeiro e fevereiro,
está em vigor no País a bandeira vermelha, por causa da necessidade de
acionamento pleno das usinas térmicas, que são bem mais caras que as
hidrelétricas.
Agencia Estado
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