Os ataques sofridos pelo
juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Fernando Moro, acusado por
petistas de divulgar depoimentos da Operação Lava a Jato no período eleitoral,
foram repudiados por magistrados que lidam com o tema dos crimes financeiros.
Ao apoiar Moro, eles explicam que todas as ações penais, em regra, são
públicas.
“Aqui na 4ª Região (mesma
jurisdição federal em que atua Moro), nossa sistemática é a do processo
eletrônico, que agiliza as ações penais, principalmente se há réus presos. A
mídia identificou as partes mais relevantes dos depoimentos e as divulgou. Não
houve vazamento”, disse a juíza Salise Sanchonete, representante do Conselho da
Justiça Federal na Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de
Dinheiro (Enccla), formada por mais de 60 órgãos.
Especialista em lavagem de
dinheiro, com livros publicados sobre o tema, o desembargador do Tribunal
Regional Federal da 3ª Região Fausto Martin De Sanctis afirma que ao juiz “não
cabe medos”. “A consciência pública da função judicial pode não levar em conta
o natural impacto de sua atuação. O reconhecimento do trabalho judicial vai
depender da confiança na integridade do juiz e da Corte, e não na conveniência
política”, destaca.
Diferentemente dos
depoimentos – em uma ação penal – dados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo
Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, que irritaram o PT, as revelações
feitas pelos dois na investigação baseada na colaboração premiada não podem ser
divulgadas ainda, ressaltou o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
Gilson Dipp. Somente depois que houver denúncia formal aceita pela Justiça é
que as informações se tornarão acessíveis.
Escreve Estado de Minas
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